Tudo começou no quarto ano de escolaridade quando um professor de Educação Física convocou Alfredo Torres para treinos de captação de andebol. Estava dado o primeiro passo e o jovem, agora com 17 anos, estava longe de adivinhar que a decisão iria mudar a sua vida.
«Comecei a jogar a um nível competitivo com apenas 10 anos ao representar o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) durante quatro anos nos escalões minis, infantis e iniciados. Fui treinado pelos professores Ricardo Guerra e Carlos Chagas, contando sempre com o apoio da responsável pela modalidade do IPG, Maria João Silva, e do presidente da Associação de Andebol da Guarda, Miguel Fonseca», recorda o jovem andebolista. No último ano como iniciado, Alfredo Torres foi convidado a fazer treinos de captação na seleção regional de Aveiro e daí seguiu para os juvenis da Associação Artística de Avanca. «Foi uma época muito importante no meu percurso no andebol, pois era um campeonato mais exigente e competitivo», adiantou o guardense, que não esquece o apoio dos treinadores Pedro Silva, Tiago Cunha e Carlos Martingo. «Evoluí muito. Prova disso foram as chamadas à seleção nacional em juniores C, frente a Espanha e Cabo Verde, e em juniores B com a Suécia», refere Alfredo Torres.
O jovem continuou a dar cartas na modalidade e em 2016 rumou ao FC Porto, onde é ponta direita. Quanto ao melhor momento que já viveu como jogador, Alfredo Torres não hesita em dizer que foi representar pela primeira vez Portugal no Scandibérico, em Avilés (Espanha). Mas a vida de andebolista não é feita só de bons momentos. Num jogo contra as Astúrias, o jovem de 17 anos sofreu uma fratura no nariz e admite que esse foi o pior momento do seu percurso: «Estive parado durante três meses», recorda Alfredo Torres, que está a frequentar o 12º ano em Ciências Socioeconómicas, na Escola Secundária Almeida Garrett (Vila Nova de Gaia). «Não é fácil conciliar a prática desportiva de competição com os estudos», afirma Alfredo Torres, que treina todos os dias da semana – três horas por dia. «Quando temos um objetivo na vida, o gosto pelo andebol e a certeza de que quero jogar profissionalmente, só tenho de organizar o tempo dos treinos com o das aulas», sintetiza o jovem.
Já no que respeita à vida pessoal é tudo mais complicado. «Na maioria das vezes tenho de abdicar de saídas com amigos ou de férias com a família», reconhece Alfredo Torres, lembrando que o apoio dos pais tem sido fundamental: «Eles acompanham-me e apoiam-me incondicionalmente em todos os momentos da minha vida, e sem essa disponibilidade nada disto seria possível», sublinha o atleta, cujo irmão joga andebol no Guarda Unida Desportiva e é «o meu maior crítico nos jogos». De olhos postos no futuro, Alfredo Torres garante que por agora a sua meta é subir à equipa sénior do Porto, mas também ambiciona ser chamado mais vezes à seleção nacional e, finalmente, poder vir a jogar na Liga Alemã, uma das mais fortes do mundo.
Sara Guterres
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