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Cybercentro da Covilhã “offline”

Estrutura pioneira no país «deixou de fazer sentido», de acordo com reitor da UBI

Foi inaugurado com pompa e circunstância pelo então primeiro-ministro António Guterres por ser o primeiro do país, mas passados sete anos e meio foi extinto. O Cybercentro da Covilhã deixou de existir a 31 de Dezembro do ano passado, embora as instalações e os equipamentos continuem a ser utilizados pela Universidade da Beira Interior.

«O Cybercentro encerrou e não encerrou. O que terminou foi a vida da Associação do CyberCentro da Covilhã», extinta no último dia de 2007, explica o reitor da UBI, quando confrontado com o encerramento da estrutura, localizada num edifício contíguo ao Pólo do Ernesto Cruz (pólo IV). Santos Silva considera que «aquele Cybercentro, com aquela localização específica, estando mais vocacionado para um público universitário, ainda para mais quando a maior parte dos restantes parceiros foi deixando de apoiar financeiramente, deixou de fazer sentido». De resto, «quem esteve a aguentar a estrutura, que vivia das receitas próprias e da universidade, foi a UBI», salienta. Deste modo, mesmo depois de todo o grande destaque que teve aquando da sua abertura, o responsável defende que este fecho «não é negativo», até porque o estabelecimento de ensino «foi-se desenvolvendo na vertente das novas tecnologias, sendo actualmente a universidade que apresenta o melhor índice de computador por aluno a nível europeu», enaltece. Já em 2001, «fazia todo o sentido» avançar para a criação de um Cybercentro e «dar-se um sinal de promoção das novas tecnologias», garante.

Por outro lado, o reitor enfatiza que a UBI continua «a rentabilizar o equipamento e o espaço», recuperado com verbas da instituição, sendo que o edifício está actualmente a ser utilizado para a leccionação de aulas de várias licenciaturas e pós-graduações em cursos como Cinema e da área das Ciências Sociais e Humanas. Fruto de uma parceria entre várias entidades como a ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações, Instituto Português da Juventude, Instituto do Cinema Audiovisual e Multimedia e a UBI, o primeiro Cybercentro do país foi inaugurado em Julho de 2001, numa cerimónia presidida pelo então primeiro-ministro. Aliás, António Guterres teve uma “guarda de honra” nesta visita à Covilhã, tendo sido acompanhado pelos ministros José Sócrates (Ambiente), Augusto Santos Silva (Cultura), Júlio Pedrosa (Educação) e José Lello (Desporto), bem como pelos secretários de Estado Carmen Pignatelli (Saúde) e Miguel Fontes (da Juventude e do Desporto). A estrutura pioneira, que representou um investimento na ordem dos 1,2 milhões de euros, tinha 80 computadores e equipamento audiovisual de ponta. Um estúdio profissional, uma biblioteca digital, suportada em CD-ROM, uma sala de mercados financeiros com informação em tempo real e diversas salas de trabalho com ligação à Internet, bem como serviços de reprografia e cafetaria e um espaço para o IPJ, completavam a lista de valências disponíveis.

Ricardo Cordeiro

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