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Curtas

Corta!

Para os saudosistas de Hitchcock, que encontraram em Cabine Telefónica (Joel Schumacher), de 2002, o último grande thriller cinematográfico, eis então que chega agora a vez de Wes Craven colocar nas salas de cinema um desses filmes onde o suspense se mantém até ao último minuto.

Com Red Eye (está cada vez mais na moda não se traduzirem os títulos de filmes em Portugal. Será uma forma de os distribuidores portugueses apoiarem a medida do governo de implementar o ensino de inglês logo nos primeiros anos de escola?) o autor da saga Scream – Gritos, apropria-se de forma bastante eficaz de todos os ensinamentos hitchcockianos. Com a acção, em grande parte, a desenrolar-se num único espaço, as voltas e reviravoltas de um argumento multiplicam-se a um ritmo alucinante, com a realização de Craven a conseguir manter sempre um nível de expectativa acima da média daquilo que por aí se vai vendo.

Na viagem de regresso a casa, Lisa (em mais um papel de Rachel McAdams, que tínhamos já visto em Os Fura-Casamentos, e que merece já uma referência para a ela se estar atento) depara-se com uma situação que julga, inicialmente, de sedução, para descambar numa ameaça de morte ao seu pai, se está não ajudar o seu companheiro de viagem. Que tem ela de fazer? Gerente de um hotel em Miami, onde vai ficar hospedado um politico, Lisa apenas tem de mudar esse politico de quarto. Para quê? Está fácil de adivinhar.

Contado assim até parece um daqueles filmes das madrugadas da TVI, com um Chuck Norris ou Steven Seagal a poder surgir a qualquer momento. Contado assim até pode parecer que o seja, mas não o é de todo.

Garganta

Em 1972, aquando da sua estreia em terras do Tio Sam, foi um escândalo… e um sucesso. Em 2005, escândalo será apenas a sua tão fraca qualidade. De que filme falamos? Garganta Funda. O filme de que todos já ouviram falar mas que nem tantos terão visto.

E que razão nos faz falar agora desse objecto fílmico? Um documentário agora estreado que tenta retratar os efeitos provocados por esta bomba porno. Num registo documental onde o humor marca forte presença, e não existe um único minuto sem que sejam debitadas palavras e mais palavras, Dentro de Garganta Funda acaba por não passar de 90 minutos divertidos onde rapidamente o assunto que retrata deixa de se revelar importante e onde os cromos que nele entram passam a ganhar todo o destaque. Não deslumbra mas também não aborrece.

Imaginação

Imaginem um festival onde as novas tendências cinematográficas andam de mão dada com as mais interessantes e recentes estéticas musicais. Projecção de filmes, concertos, ou tudo junto. Imaginem a presença de nomes como Terrry Gilliam, Jess Franco ou Rosto, na metade cinema. Erlend Oye (dos Kings of Convinience), Old Jerusalém, Kubik, Norton, Namosh, Andy Votel ou Kid Koala, na metade musical. Já imaginaram? Não conhecem? Resumidamente são alguns dos nomes mais interessantes de uma margem cultural onde o que de mais interessante se passa. A curiosidade não matou nunca ninguém. A curiosidade pode agora ficar saciada. Entre 1 e 8 de Outubro, no Festival Imago, no Fundão. É já ali…

Por: Hugo Sousa

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