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Cultura psicadélica volta a animar Idanha-a-Nova

Quinta edição do Boom Festival começa hoje na Barragem Marechal Carmona e prolonga-se até segunda-feira

Aquele que é considerado um dos mais importantes eventos de trance psicadélico da Europa, o Boom Festival, regressa hoje às margens da Barragem Marechal Carmona, em Idanha-a-Nova, para acolher até segunda-feira muita música, arte e multiculturalismo num ambiente decorado a rigor com a cibernética e o multimédia.

Unidos em torno de uma cultura alternativa global, a organização do evento, a Good Mood Productions, voltou a privilegiar o cenário inspirador e natural do concelho raiano para realizar a quinta edição do festival bianual que até 2002 se realizava na Herdade do Zambujal. Mais do que música e dança, o festival – que tem atraído desde 1997 centenas de pessoas de todo o mundo a Portugal – é acima de tudo um encontro de culturas, artes, saberes e experiências.

Destinada a divulgar a cultura psicadélica, a organização apresenta nesta edição algumas diferenças em relação às anteriores, onde se notará a presença de «mais artistas e mais variedade musical», explica Artur Silva, da organização. Na pista principal (Trance Floor) estarão representados «todos os tipos de trance, desde o psicadélico ao mais melódico» com vários músicos e Dj’s vindos praticamente dos quatro cantos do mundo: Brasil, Bulgária, Canadá. Republica Checa, França, Alemanha, Holanda, Portugal, Suécia, EUA e Inglaterra. Para além deste palco principal, haverá ainda o “Ambient Boom” com sonoridades mais descontraídas que passam pelo chill out, dub, ambient, reggae ou word music, e o “Liminal Village”, a principal novidade desta edição. Trata-se de uma zona dedicada à «cultura psicadélica e alternativa», no qual participarão vários «pensadores, artistas e cientistas» de todo o mundo, salienta Artur Silva, funcionando assim como um espaço de interligação de conhecimentos, métodos de análise e crenças através de workshops, conferências e cinema. Luis Eduardo Luna, Richard Glen Boire, Martina Hoffman ou Robert Venosa, amigo pessoal de Salvador Dali, são alguns dos conferencistas convidados para debater os temas relacionados com a cultura psicadélica, práticas ancestrais de meditação, entre outros temas. Na área envolvente, haverá ainda uma Galeria de Arte Visionária destinada às várias manifestações artísticas como o teatro, o cinema, pintura, escultura e fotografia. «Uma montra de várias artes e performances», completa Artur Silva. Um programa abrangente para acolher as cerca de «20 mil pessoas de todo o mundo» esperadas no festival de Verão mais colorido de Portugal.

Tal como tem acontecido em todos os Boom Festival, o respeito pelo ambiente vai voltar a ser uma das regras do festival, envolvendo recolhas de lixo assíduas ou recompensas por condutas ecológicas. Um sistema «pioneiro num festival de Verão em Portugal» que a julgar pelas edições anteriores tem dado resultado. Além de 50 pessoas ligadas a uma equipa específica, a Eco Team, para limpar a área, haverá ainda a funcionar um sistema de recolha de ecopontos duas vezes por dia e cinzeiros, que serão distribuídos aos participantes à entrada no festival. A consciencialização das pessoas para a preservação do meio ambiente passará pelas recompensas de sacos lixo por CD ou por senhas de comida ou bebidas.

Liliana Correia

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