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Crise vai aumentar «periferização» do distrito da Guarda

Cabeça de lista do PS às europeias disse na Guarda que crescimento e investimento são «palavras vitais» para o país e para a região

«É preciso mudar a maioria política no Parlamento Europeu, onde a hegemonia da direita liberal e a sua fixação na ideia de que o mercado resolve tudo tem resultado no empobrecimento das pessoas e na periferização das zonas europeias mais pobres», afirma Francisco Assis.

O cabeça de lista do PS às europeias de 25 de maio esteve anteontem na Guarda em pré-campanha para defender que o desenvolvimento económico é fundamental num distrito do interior. «É preciso conjugar a consolidação orçamental com o processo de crescimento, pois há investimento que tem que ser feito e é preciso libertar dinheiro para isso», declarou o antigo deputado pelo círculo da Guarda. Num encontro com jornalistas promovido antes de visitar a Associação Comercial e o NERGA – rumou depois à Covilhã, Francisco Assis sublinhou que «crescimento» e «investimento» são duas «palavras vitais» no contexto atual. «Corre-se o risco do país regredir 30 ou 40 anos e esta região irá sentir ainda mais esse retrocesso», avisou o candidato. «O Governo está a destruir a economia com a sua obsessão pela austeridade, aplicando um política completamente errada e que está a sujeitar os portugueses a sacrifícios absolutamente desmedidos», criticou.

Na sua opinião, chegou o tempo de «promover a libertação de investimento público e de fomentar o crescimento económico», sendo que em regiões como o distrito da Guarda «ainda é preciso fazer muitos investimentos». Francisco Assis defende que os próximos fundos comunitários sejam aplicados nas regiões centro e norte do país, tendo destacado a conclusão da eletrificação linha da Beira Baixa, mas sobretudo a criação do corredor ferroviário de mercadorias Aveiro-Salamanca para promover o desenvolvimento da zona e a ligação à Europa. Confrontado com o facto da Serra da Estrela e do Vale do Tâmega – de onde é originário – serem das sub-regiões mais pobres da Europa, Francisco Assis considerou que são precisas políticas nacionais de incentivo à fixação de empresas para contrariar esta situação. «O PS já demonstrou que nunca esqueceu as regiões do interior», recordou o socialista.

De resto, o cabeça de lista desconfia que o atual Governo se prepara para fazer «uma grande encenação com a saída mais ou menos limpa da “troika”» e contrapõe que «a questão fundamental é verificarmos que o país está mais pobre, mais periférico e menos preparado para enfrentar os desafios do futuro». A lista de Francisco Assis inclui dois candidatos oriundos do distrito: o pensador Eduardo Lourenço (21º lugar) e Rita Cunha Mendes, vice-presidente da Câmara de Aguiar da Beira, no 23º. Por sua vez, Santinho Pacheco é o mandatário distrital da candidatura.

Luis Martins «Corre-se o risco do país regredir 30 ou 40 anos e esta região irá sentir ainda mais esse retrocesso», avisa Francisco Assis

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