O líder do CDS, Paulo Portas, só aceitará ficar no Executivo liderado por Pedro Passos Coelho caso a recém-empossada ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, abandone o cargo, que previamente estava nas mãos de Vítor Gaspar.
De acordo com a notícia da Antena1, Maria Luís Albuquerque, que deixou o cargo de secretária de Estado do Tesouro (agora ocupado por Joaquim Pais Jorge), esteve na origem da demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e continua no centro do desentendimento entre o líder dos centristas e Passos Coelho.
Albuquerque já terá manifestado a sua disponibilidade para deixar o governo, porque não quer ser a «entrave» que impedirá o entendimento entre Portas e Passos, que constitui um impasse político na coligação governamental. Mas o primeiro-ministro ainda não deu sinais de estar disposto a abdicar da nova ministra das Finanças.
Passos Coelho e Paulo Portas já se reuniram três vezes em menos de 24 horas, entre quarta-feira à noite e quinta-feira, mas aparentemente as conversações ainda não chegaram a «bom porto». A rádio pública recorda que chegou a haver um principio de acordo entre os líderes da coligação, pelo qual Portas ficaria como vice-primeiro-ministro e acumularia o cargo com a pasta de Economia, substituindo, nesse cenário, o ministro Álvaro Santos Pereira.
A imprensa nacional não é convergente em relação à solução que poderia terminar o impasse político. O jornal “Público” escreve que o Presidente da República, Cavaco Silva, que esteve reunido ontem com Passos, terá exigido que Portas permanecesse no Executivo. Já o jornal “Sol” aponta que Cavaco não terá feito uma exigência tão específica: defendia ser necessário apenas que um nome relevante da facção democrata-cristã tivesse presença assegurada no governo.