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CP acaba com autocarros alternativos entre a Guarda e a Covilhã

Transportadora justifica decisão com a suspensão da reativação do último troço da Linha da Beira Baixa que ainda não foi modernizado

A CP vai suprimir o transporte rodoviário alternativo entre a Guarda e a Covilhã a partir de 1 de março. A ligação entre as duas cidades era feita por autocarros desde março de 2009, data do fecho do último troço da Linha da Beira Baixa para obras de modernização.

Na semana passada, a empresa confirmou o que já se adivinhava desde setembro do ano passado, mas desta vez ao argumento económico – poupa 10.790 euros mensais – acrescenta outros: a «suspensão do processo de reativação do troço Covilhã-Guarda na Linha da Beira Baixa, conforme previsto no Plano Estratégico de Transportes» e a «impossibilidade» de retomar «no curto prazo» a prestação do serviço de transporte ferroviário, justifica a transportadora em comunicado. Perante esta constatação, a CP entende que «não deve ser o operador ferroviário a assegurar as alternativas de mobilidade das populações», que são aconselhados a recorrer aos serviços de transportes rodoviários disponíveis na região. Com 44 quilómetros, este troço está fechado desde março de 2009 de forma a permitir obras na via, pontes e túneis, assim como a eletrificação do percurso.

No entanto, desconhece-se qual o ponto da situação dos trabalhos. Em novembro último, a REFER retomou a ligação até à Covilhã. Inicialmente, estimava-se que a modernização integral da Linha da Beira Baixa até à Guarda poderia estar finalizada durante o segundo semestre de 2012, sendo que o anterior Governo contava investir cerca de 150 milhões de euros na modernização total da ferrovia. Contudo, no ano passado, a empresa admitia que a reabertura da linha ferroviária entre a Guarda e Covilhã podia demorar mais tempo do que o previsto. Tudo por causa das «restrições financeiras» que motivaram «ajustamentos na calendarização» de investimentos como a modernização do troço Covilhã-Guarda. Quem já reagiu ao fim da ligação rodoviária alternativa entre as duas cidades foram as Federações da Guarda e Castelo Branco da Juventude Socialista (JS).

Criticando a medida, as estruturas distritais da JS consideram que a decisão só vem demonstrar que «a substituição do serviço ferroviário por autocarros em 2009 não se devia a “a inadiáveis intervenções de modernização das (…) infraestruturas” mas sim a uma vontade encoberta de encerrar este troço». Recordam ainda que foram investidos 10,2 milhões de euros naquele troço nos últimos três anos, pelo que dizem ser «incompreensível que a linha não tenha visto passar nenhum comboio». A JS da Guarda e de Castelo Banco defendem a reabertura imediata deste troço e a continuidade dos trabalhos de modernização, anunciando que vai avisar a Comissão Europeia da «não utilização e abandono de uma infraestrutura que foi apoiada por fundos comunitários».

Luis Martins Desde 2009 já foram gastos mais de 10 milhões de euros neste ramal

Comentários dos nossos leitores
A. Moreira dicoam@hotmail.com
Comentário:
Usando o argumento que usaram, fechem também tudo o resto que dá centenas de milhões de prejuízo, a começar no metro de Lisboa, Carris, Transtejo e, para culminar em beleza, o próprio país. Gente miserável, sem escrúpulos! Crápulas da pior espécie! Parasitas vorazes que nos destroem a cada decisão!
 

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