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Covilhã e Trancoso vão ter gestores de centros urbanos

Captar turistas e definir planos estratégicos são os objectivos desta iniciativa pioneira

A Covilhã e Trancoso fazem parte das 21 localidades portuguesas que vão passar a ter um gestor de centros urbanos. O principal objectivo que se pretende atingir com esta iniciativa passa por dinamizar o planeamento, a organização e a gestão colectiva dos centros urbanos, de maneira a que se tornem atractivos como se fossem centros comerciais. Trata-se de uma iniciativa pioneira e que resulta de uma parceria entre a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e da Direcção Geral da Empresa (DGE).

Definir os horários de funcionamento dos espaços comerciais, as lojas âncora e promover a animação do centro urbano de vilas e cidades são algumas das competências dos gestores, mas isto, «conjuntamente» com os «actores locais» das diferentes localidades, explica Luís Pedro Cerveira, o “eleito” na “vila de Bandarra” pela autarquia e pela Associação Comercial e Industrial de Trancoso, Aguiar da Beira e Meda (ACITAM) para desenvolver este projecto. O empresário e consultor de turismo está encarregue de instalar a Agência para a Promoção de Trancoso (APT), uma associação de direito privado sem fins lucrativos que vai incorporar entidades públicas e privadas e que, até Setembro deste ano, vai ter que «definir os planos estratégico e de “marketing” para Trancoso», indica. Este é um «investimento colectivo em que a mais-valia é ser do interesse de todos», pelo que «independentemente dos apoios que viermos a conseguir é um projecto que vai andar por si», embora todas as «ajudas» serão bem vindas. «Podemos andar a duas velocidades e se tivermos apoios, obviamente que vamos desenvolver a nossa estratégia de uma forma muito mais célere», frisa. A ATP será como «um fórum» em que os agentes económicos e as forças vivas locais se juntarão para discutirem qual a «melhor estratégia a seguir para Trancoso», encontrando um «plano estratégico bem definido» mas apto a ser «melhorado dia-a-dia», sendo que o envolvimento de comerciantes, restauradores e empresas de hotelaria «é fundamental», assevera.

O planeamento e o “marketing” são vistos como «actividades muito importantes», mas que normalmente «são feitas de forma desgarrada», o que não acontece neste caso, pois trata-se de um «plano que tem que ser constantemente actualizado em função da realidade», revela. O objectivo final do projecto de gestores de centros urbanos é «atrair mais visitantes e turistas ao centro de Trancoso», até porque a vila constitui desde há muitos séculos uma «centralidade em termos comerciais» na região. Contudo, Luís Pedro Cerveira, que recebeu formação durante quatro meses, realça que não existe a ambição de «querer que toda a gente venha a Trancoso, porque não é um destino massificado do ponto de vista turístico», indica, apontando, no entanto, os trunfos da vila, como um património histórico e paisagístico «inestimáveis» e capazes «só por si» de exercerem uma «atractividade». Argumentos esses que, em conjunto, com o comércio tradicional «centrado na Rua da Corredoura e na Praça Central», constituem uma «vantagem competitiva» em relação a outras localidades, garante. «Actualmente Trancoso é atractivo em si mesmo», com factores como as feiras semanal e anual, o comércio tradicional e equipamentos colectivos como o pavilhão multiusos, o futuro cinema e o centro multimédia.

De igual modo, a recuperação que vai ser feita do Centro Histórico, no âmbito do projecto das Aldeias Histórias, será outra «mais valia» para uma vila que «não precisa de inventar nada», mas sim de «reabilitar, requalificar e fazer ver o património que tem», sublinha. A formação de quatro meses ministrada a estes gestores incidiu sobre planeamento, organização e coordenação, abrangendo ainda áreas como processos de negociação e gestão de conflitos, estratégia de “marketing” e comunicação, urbanismo comercial, técnicas de liderança, entre muitas outras. Miguel Bernardo, director-executivo da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor, que vai ser o gestor de centro urbano da “cidade-neve”, preferiu não falar sobre o assunto, por não considerar o momento oportuno.

Ricardo Cordeiro

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