A Covilhã e Celorico da Beira estão no top 20 dos concelhos com maior probabilidade de ocorrência de um grande incêndio este verão. A conclusão é da equipa de investigadores do Instituto Superior de Agronomia e da Universidade de Lisboa que criou um mapa de risco, numa tentativa de aplicar o conhecimento científico existente na atuação das equipas de prevenção e combate a incêndios.
Segundo o mapa revelado pelos investigadores, a probabilidade é de que venham a arder mais de 250 hectares, por cada área de 400 hectares onde se verifiquem condições favoráveis aos incêndios. O distrito de Castelo Branco é um dos que apresenta maior preocupação, tendo para além da Covilhã, outros quatro concelhos com o mesmo risco (Oleiros, Vila de Rei, Proença-a-Nova, e Sertã). A investigação usou como variáveis o número de anos que passaram desde o último fogo, o que dá indicações sobre a acumulação de combustíveis, «o número médio de anos desde o último fogo, a área queimada em 2017, a média da área queimada anualmente nos últimos 40 anos e assume que o Verão de 2018 terá valores do índice de perigo meteorológico mais severos do que 27 dos últimos 30 anos», explica o investigador do ISA.
Nalguns locais o risco de ocorrer um incêndio de grandes dimensões chega aos 23 por cento, sobretudo «no Pinhal Interior, a leste do que ardeu no ano passado, a probabilidade é muito elevada, chegando a ser 10 vezes superior à média do país em ano normal», revelou Cardoso Pereira, responsável pelo estudo, acrescentando que «há sítios em tão mau estado como os que arderam em 2017». Segundo os autores do documento, os resultados apresentados estão já «a entrar na análise dos cenários deste ano».
Dispositivo de combate a incêndio reforçado na Guarda
Definida como a fase de empenhamento máximo, de 1 de julho a 30 de setembro o distrito da Guarda vai contar com 322 bombeiros em prontidão total, divididos por 17 Equipas de Intervenção Permanente (EIP), 39 equipas de combate, 14 equipas de logística de apoio ao combate, seis comandantes permanentes às operações e oito elementos de apoio logístico e meios aéreos. Para apoiar o combate ao fogo há ainda mais de mil bombeiros voluntários.
Este ano há um «reforço de meios», adiantou Miguel Teixeira, segundo comandante operacional distrital. Além de existirem mais EIP), que passaram de oito para 17, este ano foi ainda reforçado o dispositivo de Ataque Ampliado (ATA), ficando sedeado na Guarda um grupo de “canarinhos”, da Força Especial de Bombeiro. Nos meios aéreos a região continua a contar com três helicópteros bombardeiros ligeiros e dois aviões bombardeiros pesados, que embora fiquem sedeados em Seia são de âmbito nacional.
Ana Eugénia Inácio