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Covilhã contra novos limites do parque natural

Assembleia Municipal considera que proposta de Plano de Ordenamento inviabiliza investimentos turísticos na Serra da Estrela

A proposta de revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), que estará em discussão pública este ano, desagrada à Câmara da Covilhã, que a considera um entrave ao desenvolvimento turístico na serra.

Para Carlos Pinto, os novos limites estabelecidos para salvaguarda dos recursos e valores naturais do parque colocam «restrições» a empreendimentos considerados estruturantes para o concelho. Uma opinião também partilhada pela maioria na Assembleia Municipal (AM), onde, na passada sexta-feira, foi aprovada uma moção de rejeição da proposta do PNSE. Apresentado pelo PSD, o texto sustenta que o novo Plano de Ordenamento «não permite viabilizar» ou «impede» nalguns casos os investimentos turísticos no planalto da Torre, Piornos, Penhas da Saúde e na Varanda dos Carqueijais, por exemplo. Além de «dificultar» a execução do protocolo celebrado entre o Governo e a Turistrela, concessionária do turismo na zona. «Entra em flagrante contradição com a classificação de Zona Turística Prioritária, recentemente atribuída à Serra da Estrela», constata a moção. E continua criticando o facto da proposta «não viabilizar» investimentos de natureza hídrica, nomeadamente a Barragem das Cortes do Meio, nem empreendimentos de energia eólica em «áreas territoriais significativas e com maior potencial».

A proposta dos limites do PNSE, que exclui algumas franjas das freguesias da Erada, Paul, Cortes do Meio, Cantar Galo, Vila do Carvalho e Unhais da Serra, impede também a realização de «qualquer competição desportiva de veículos motorizados, interditando a realização da Rampa Serra da Estrela», alertou o vereador João Esgalhado, entre outras actividades consideradas prejudiciais para a fauna e flora da Serra da Estrela, como a caça, pesca e a apanha de espécies vegetais. A intenção do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) integrar toda a freguesia do Sarzedo, que não estava incluída no PNSE, também preocupa a autarquia, visto que a proposta não salvaguarda os perímetros urbanos destinados à construção. De resto, a Junta e a Assembleia de Freguesia já se pronunciaram contra a inclusão de qualquer parcela da localidade no parque. O município aguarda agora que o PNSE reveja a sua proposta, enquanto o presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), Jorge Patrão, também a considera «limitativa», impedindo alguns empreendimentos que, apesar de serem de recreio, «valorizam o ambiente e o turismo».

Liliana Correia

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