No início de fevereiro era divulgado um vídeo com um vista aérea do Covão dos Conchos que espantava o mundo ao mostrar um buraco numa barragem. Quatro meses depois as imagens continuam a fazer sucesso e a atrair curiosos até à Serra da Estrela.
Embora a construção da barragem date de 1955, este Covão está localizado num sítio de difícil acesso, onde apenas se pode chegar a pé e por isso o lugar era para muitos desconhecido. No início deste mês, há semelhança de outros fins-de-semana, vários grupos decidiram palmilhar o trilho de cerca de 10 quilómetros (ida e volta) para conhecer o famoso túnel com 1.519 metros de comprimento que desvia as águas da Ribeira das Naves para a Lagoa Comprida. O INTERIOR encontrou um grupo de amigos aventureiros, quase todos de Guimarães, que vieram de propósito até à Serra da Estrela para fazer esta viagem e ver o segredo do Covão dos Conchos.
Verónica Martins, a mentora desta aventura, confessa que teve «algum trabalho, pois foi necessário fazer alguma pesquisa», no entanto a informação disponível é já «muito diversificada e simples, portanto não foi difícil chegar cá». Conhecer o Covão dos Conchos era já um desejo do grupo «desde que vimos as imagens na televisão» e como a Serra da Estrela não é só neve, aproveitaram os dias de sol para o fazer. «Sempre que podemos fazemos uma viagem para explorar Portugal e esta já estava na lista», revela a visitante.
Verónica Martins já conhecia a serra com neve e não tem dúvidas em garantir que «é tão bonita no verão como no inverno».
Chegados ao destino, o sentimento dos caminheiros era de êxtase. «É extraordinário, é realmente aquilo que vemos nas imagens, não engana», afirmou Carla Machado. Também ela não tem dúvidas que, além da neve, «há outras atrações na Serra da Estrela, o que motiva as pessoas a vir até cá». A visitante confessa que «nalgumas partes o caminho é um pouco difícil», mas garante que faria o percurso de novo, até porque, enquanto não se avista a Barragens dos Conchos, é possível desfrutar das paisagens naturais que a Serra da Estrela oferece. Depois dos meses da neve, a chamada época alta, continua a haver boas razões para subir à montanha mais alta de Portugal continental. Neste caso, o grupo de amigos de Guimarães aproveitou a passagem pela região para conhecer também o Vale do Rossim, a Aldeia Histórica de Sortelha (Sabugal) e Monsanto (Idanha-a-Nova).
Ana Eugénia Inácio 
