A reestruturação em termos de marketing tem sido outra aposta da Beira Serra, preocupada «em conhecer melhor os desejos do cliente». Além disso, tem participado em feiras nacionais (vai estar presente com dois stands na Feira de São Bartolomeu, que decorre entre os próximos dias 13 e 23 em Trancoso) e internacionais em parceria com as cooperativas da Beira Interior, com as quais mantém uma iniciativa em termos comerciais. O objectivo é que as adegas desta região se unam num projecto global que visa a delineação de uma zona nas grandes superfícies com a marca “Beira Interior”, que «ainda não entrou no ouvido do mercado nacional e internacional». É que actualmente os vinhos da região estão nas prateleiras de outras regiões do país e «assim nunca seremos conhecidos», lamenta Rui Pacheco, para quem as adegas dos distritos da Guarda e Castelo Branco «só juntas terão mais valias em termos comerciais».
Quanto à próxima campanha vitivinícola, a Beira Serra «está preparada» para receber uma boa colheita, tendo actualmente capacidade para armazenar 10,5 milhões de litros de vinho, fruto da «boa» comercialização dos últimos sete meses, em que foram vendidos todos os vinhos em armazém. A cooperativa conta com uma campanha normal, até um pouco superior à do ano transacto em que recebeu oito milhões de quilos de uvas. Apesar dos incêndios terem devastado algumas vinhas e da actual vaga de calor ter secado algumas uvas, Rui Pacheco espera que seja um ano com «melhor» qualidade que o anterior, embora não descure a hipótese de as habituais intempéries de início de Outono na região possam prejudicar a colheita. Ainda assim, o principal objectivo da Beira Serra é ultrapassar este período de crise financeira, patente em todo o país, e incrementar as vendas a nível engarrafado e engarrafonado nos próximos dois anos, além de conquistar o mercado alemão e americano.
Rita Lopes
