Há um ano António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa prometiam aos portugueses que bastaria o PSD não estar no Governo para que a economia crescesse e o Estado Social fosse mais forte.
Infelizmente, hoje a economia portuguesa cresce menos do que anteriormente crescia e o Estado Social está a ser enfraquecido. Não há dinheiro para os hospitais, não há dinheiro para as escolas, apenas se pagam salários e pouco mais.
O atual Governo não tem qualquer projeto de desenvolvimento para o país e o seu modelo económico está a falhar. Portugal não está a ter capacidade de fazer as necessárias reformas e assim vemo-nos, novamente, todos a braços com a luta contra sanções, que este Governo não consegue dissipar.
As sanções são injustas e injustificadas. Qualquer forma de sanção na sequência do agravamento do Procedimento por Défice Excessivo deveria ser rejeitada. Mas caberá ao Governo transmitir a confiança necessária para que os nossos pares europeus afastem a eventual suspensão de fundos comunitários, cruciais para o desenvolvimento económico e social do país.
Indesmentível é que o crescimento abranda, as exportações estão a cair e o investimento a cair está.
O Governo continua a reter o investimento público, a níveis historicamente baixos, que os partidos que o apoiam, desta feita, não contestam.
Entretanto, entre o “contorcionismo” da estatística e dos números, o primeiro-ministro vai exibindo no Parlamento uns gráficos, comparando o incomparável, como se a todos atribuísse um atestado de menoridade. António Costa entrou naquela fase em que já vale tudo.
Vamos mal senhor doutor!
Os últimos dados da Direcção-Geral do Orçamento são expressivos quanto aos pagamentos em atraso na área da Saúde. As dívidas a fornecedores dos hospitais-empresa atingiram em agosto 713 milhões de euros. Leu bem… 32 milhões em média por mês. Um milhão por dia!
O ministro na passada semana, no Parlamento, reiterou que tudo «corre sobre rodas», mas avisa que os recursos humanos do setor da saúde têm de ser tratados com muito cuidado, numa altura em que os enfermeiros anunciaram uma greve geral de dois dias já para este mês de outubro e em que os farmacêuticos perceberam também que depois de muitas promessas, afinal, a regulação das suas carreiras já não ocorrerá este ano.
O Relatório de Acesso aos Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e entidades convencionadas, relativo ao ano de 2015, aprovado já pelo atual Governo, em julho de 2016, reconhece que, com o anterior Governo (no exato inverso do que a esquerda propalou), a atividade assistencial do SNS se manteve, ou aumentou mesmo os seus níveis, seja em termos de consultas, de cirurgias, de cuidados continuados e da própria acessibilidade dos utentes aos cuidados e serviços de saúde.
Não foram as horas de espera, de quem desespera, pelos hospitais deste país e os tetos dos departamentos de cirurgia dos hospitais começarem a cair, com a notória falta de investimento e tudo estaria “sem pio”.
E os “bombos” à porta dos hospitais? Esses há muito desapareceram…
Olha quem ela é?
Em nome do Governo, anunciou o conhecido IMM (Imposto Mariana Mortágua). Vozearia à parte, o novo imposto sobre o património imobiliário não agradou a muita gente, incluindo a destacados dirigentes socialistas, estes sobretudo pela forma como foi anunciado. Visivelmente desconfortáveis com o protagonismo do BE, Carlos César, líder da bancada parlamentar socialista, primeiro, e Pedro Nuno Santos, secretário de Estado, depois, correram a garantir que em nome do Governo só falava o Governo. Por algumas horas foi-se dizendo nos corredores da política que o “incauto anunciante” tinha sido posto no seu lugar. Puro engano. O líder parlamentar bloquista reagiu deixando claro que tudo tinha sido previamente acertado. Ninguém o desmentiu. Nem sequer sobre a forma tentada. O PS saiu, uma vez mais, mal na fotografia e o BE voltou a mostrar quem manda na tal “geringonça”.
Por: Ângela Guerra
* Deputada à Assembleia da República eleita pelo círculo da Guarda e presidente da Assembleia Municipal de Pinhel