Arquivo

Consumo de droga no distrito não é alarmante

PORI define núcleos territoriais como áreas de intervenção prioritárias

O PORI – Programa Operacional de Respostas Integradas foi apresentado na passada quinta-feira, no auditório da Sub-região da Guarda, no âmbito do Plano Nacional de Luta Contra a Droga. Fazer o levantamento nacional das necessidades, promover a articulação estratégica a nível local, mobilizar e implicar as entidades públicas e privadas, qualificar a intervenção através do reforço da componente técnico-científica são alguns dos objectivos que pretendem atingir através do novo programa.

O primeiro passo foi dado com a apresentação pública do programa e «chamando os parceiros estratégicos, explicando em que consiste, quais as fases, e qual poderá ser o grau de envolvimento de cada um», constata Rui Correia, director da unidade de prevenção do distrito da Guarda. Trata-se de um plano «com uma metodologia inovadora ao nível da intervenção integrada, no âmbito do consumo de substâncias psicoactivas», que procura potenciar as sinergias disponíveis no território, explica Rui Correia. Para o director da unidade de prevenção do distrito da Guarda este novo programa era «indispensável» para a região, porque «ambiciona ir mais longe do que outros» implementados anteriormente. A execução do PORI concretiza-se mediante a definição de territórios de intervenção prioritários, nos quais serão constituídos Núcleos Territoriais, enquanto conjunto de entidades parceiras que actuam localmente e que se reúnem com vista a intensificarem e concertarem os seus esforços no objectivo comum de implementar um Programa de Respostas Integradas. Este deverá assumir-se, numa base transversal e global, como plano de acção territorial que integra respostas transdisciplinares, «como a prevenção, tratamento, redução de riscos e minimização de danos e reinserção, e que decorre dos resultados do diagnóstico do território», refere. Numa primeira apreciação, o programa «parece bastante complexo», aceita o responsável, mas quando «se operacionalizam as coisas a complexidade vai-se diluir», assegura. A operacionalização vai desenvolver-se em sete etapas, entre as quais se destaca, numa primeira fase a identificação de territórios e a selecção dos prioritários. Numa quarta fase será criado um Núcleo Territorial e mais à frente será constituído um PRI – Planos Regionais de Intervenção. Numa última fase será feita a coordenação técnica e financeira.

Quanto aos prazos para se cumprir o programa, Rui Correia diz apenas que «é curto, mas intenso», e admite, que em Setembro ou Outubro já existam novidades do trabalho realizado localmente.

O problema do consumo de drogas ilegais, no distrito, «não assume, por enquanto, proporções alarmantes», realça o director. No entanto, caso não se faça uma prevenção consistente, «muito provavelmente este estado de coisas poderá alterar», alerta. Dando como exemplo, Gouveia e Seia, que no futuro «poderão ser meios problemáticos», por causa das unidades fabris que tem vindo a encerrar.

António Cardoso Ferreira, director do CAT do distrito da Guarda, é mais pessimista, e admite que «não vai haver muitos PRI´s», mas «de PRI em PRI vai se encher o prato», graceja. Trata-se de um programa com uma estratégia «mais virada para a vertente social», conclui o director do CAT.

Patrícia Correia

Sobre o autor

Leave a Reply