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Construção de novo quartel de bombeiros de Famalicão para breve

Processo deverá ficar solucionado daqui «a duas ou três semanas», anunciou o secretário de Estado da Administração Interna na sessão dos dez anos do trágico incêndio que vitimou seis operacionais

O secretário de Estado da Administração Interna anunciou para breve a resolução do processo de construção do novo quartel dos bombeiros de Famalicão da Serra (Guarda).

O compromisso aconteceu no domingo, durante cerimónia dos dez anos do trágico incêndio que vitimou cinco sapadores chilenos e um elemento da corporação local. «Dêem-se duas ou três semanas e haverá novidades. Dêem-me o benefício de acreditar em mim», disse Jorge Gomes. Perante uma plateia onde prontificavam o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, o Diretor Nacional de Bombeiros da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Pedro Lopes, e o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, Paulo Amaral, o governante justificou que «a memória destes homens merece que aconteça aquilo que os senhores desejam e eu quero resolver esse problema. Acho que todos ficaremos satisfeitos com as soluções que aí vêm».

Há quase meia década que a mais jovem corporação do distrito da Guarda, fundada em 2007 após ser secção destacada dos bombeiros de Gonçalo, funciona na garagem da casa paroquial sem condições para os seus 56 elementos trabalharem. «É impossível funcionar numa subcave onde não existe entrada de ar, nem de luz, que não tem janelas e os carros ficam estacionados ao longo de ruas», refere o presidente da direção, exemplificando que o gabinete da direção «é também o gabinete do comando e a camarata feminina». A Associação Humanitária apresentou uma candidatura ao “Portugal 2020” para construir o novo quartel e continua a aguardar pela decisão. O projeto, a concretizar num terreno já adquirido para o efeito, está orçado em cerca de 650 mil euros. Segundo António Fontes, a Câmara da Guarda vai suportar a componente nacional e a associação o restante.

Em 2013, a candidatura apresentada para obter apoio financeiro para o quartel não foi aprovada pela Estrutura de Missão para a Gestão dos Fundos Comunitários com o argumento de que «à data da submissão da candidatura o concurso já devia estar entregue ao empreiteiro».

«Deixem arder, não corram riscos inúteis»

No decurso desta edição da Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão, organizada nos últimos anos pelo Projeto Sérgio Rocha [nome do bombeiro falecido a 9 de julho de 2006], em colaboração com a Associação Humanitário local, a Freguesia de Famalicão e o Portal Bombeiros.pt, vários especialistas deram conta das mudanças verificadas nesta área desde a tragédia. As principais alterações ocorreram no equipamento de proteção individual dos voluntários, que teve «uma mudança radical», mas também na formação dos bombeiros e nas comunicações.

De resto, o secretário de Estado deixou bem claro que nesta época de incêndios «não pode morrer ninguém a combater o fogo, pois não há nada que o justifique. Por isso, a minha ordem é “deixem arder”, não corram riscos inúteis», afirmou Jorge Gomes. O mesmo veio dizer a ministra da Administração Interna, para quem «a segurança dos operacionais é a nossa maior preocupação». Antes de visitar o local da tragédia, na serra de Famalicão, Constança Urbano de Sousa leu uma mensagem do primeiro-ministro António Costa – que não esteve presente por estar em Paris para assistir à final do Europeu de futebol. Na missiva, o ministro da Administração Interna da altura disse que «conserva viva a memória da dor, revoltada e inconsolável, da mãe e da família de Sérgio Rocha» e referiu que desse incêndio «se tiraram lições que permitiram melhorar o combate aos incêndios florestais em Portugal».

Luis Martins Ministra da Administração Interna prestou homenagem aos falecidos na serra de Famalicão

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