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Construção da unidade residencial da CERCIG aprovada

Projecto de 1,2 milhões de euros para acolher utentes sem familiares recebeu luz verde da tutela recentemente

A CERCIG – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda já tem luz verde para construir uma unidade residencial sénior. «É a obra do século», afirma José Martins Igreja, presidente da direcção da instituição, revelando que a candidatura foi finalmente aprovada pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.

No papel há quase uma década e sucessivamente chumbado, o projecto representa um investimento da ordem dos 1,2 milhões de euros e vai surgir junto à sede da instituição, no Parque da Saúde, para acolher os utentes que já não têm familiares para cuidar deles. Inicialmente, deverá albergar 29 pessoas, mas terá capacidade para perto do dobro. «Vamos acabar os projectos de especialidade que faltam e lançar o concurso público da obra», disse José Martins Igreja na segunda-feira, adiantando que a CERCIG vai comparticipar parte da verba necessária. «Temos alguma capacidade financeira reservada para esta empreitada por mérito das direcções anteriores e vamos ser muito criteriosos na sua aplicação», acrescentou o responsável, para quem «o Estado obriga-nos a fazer tanto ou mais com menos apoios, mas estamos preparados para isso». Actualmente, a CERCIG tem 200 utentes no total, alguns dos quais foram os protagonistas da festa de final de actividades na segunda à noite.

O espectáculo de música e dança revelou uma instituição «em que a comunidade entra como se estivesse em sua casa», sublinhou o seu presidente, visivelmente satisfeito com a participação de instituições como o Conservatório de Música S. José da Guarda e o Politécnico, mas também de algumas pessoas a título particular, além do muito público. «Esta casa só funciona bem se tiver uma colaboração intensa com a cidade e a região, pois é de todos nós», considerou. Além da festa, o evento ficou marcado pela apresentação do projecto-piloto de uma ferramenta lúdico-pedagógica que toda gente pode utilizar e que pode ser posta ao serviço dos utentes da cooperativa. Chama-se “Virtual Fun” e é uma brincadeira tecnológica que pode vir a tornar-se numa boa ferramenta pedagógica. Desenvolvida por Ricardo Torrão, estudante de Animação Sócio-Cultural do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), este equipamento recorre a conteúdos áudio e vídeo que são accionados por um led de infravermelhos, instalado numa luva, captados por uma câmara.

As potencialidades do “Virtual Fun”

O resultado é um caleidoscópio de sons e imagens. «Pode-se fazer arte, mas é possível despoletar imensos conteúdos, nomeadamente pedagógicos, e até fazer hiperligações à Internet e jogos interactivos. Ainda estamos no princípio do projecto», adiantou o seu inventor. O também colaborador da CERCIG espera contar agora com o apoio dos técnicos da instituição para desenvolver a vertente pedagógica desta máquina e criar conteúdos específicos para os seus utentes. Até porque esta ferramenta tem um custo «muitíssimo reduzido» face ao que existe no mercado: «Basta um PC, um ecrã de vídeo ou de televisão para o realizar, sendo que um led de infravermelhos custa 60 cêntimos, enquanto um soundbeam, por exemplo, custa três mil euros. O grande trabalho está na programação, mas estamos sempre a falar em valores comportáveis», referiu Ricardo Torrão, de 47 anos, natural da Covilhã e a residir na Guarda há 22 anos. O “Virtual Fun” começou há cerca de seis meses, numa parceria com o programador visual Américo Figueiredo, e é considerada uma ferramenta aberta.

«O limite é a criatividade, a imaginação e depois o trabalho de integração de uns conteúdos com os outros, bem como o desenvolvimento do interface, pois podemos utilizar sensores de pressão, de peso ou de calor», garantiu o estudante. Contudo, esta ferramenta tem desde já um adepto. É que, para o presidente da direcção da CERCIG, «será seguramente útil para a instituição, pois pode contribuir para melhorar as capacidades das nossas crianças. Esta apresentação deixou-nos uma ideia da capacidade de evolução do projecto, mas agora é preciso que cada um dos orientadores diga o que é preciso para o melhorar», sublinhou. Nesse sentido, a instituição espera aprofundar a colaboração com o Politécnico para desenvolver o “Virtual Fun”.

Luis Martins O “Virtual Fun” pode vir a ser uma boa ferramenta pedagógica na instituição

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