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CONJUNÇÕES

Os ventos mudaram. Os olhares já não são os mesmos. Os braços, dantes unidos, caminham agora moles, desleixados. As cabeças levantadas suportam sorrisos. Sorrisos são necessários.

A poeira levantou-se. Arrastou-me. Os grãos de areia causaram danos e a poeira assentou. As pequenas pedras continuaram a encravar-se na pele seca. Um olhar ternurento sempre fluiu aos conselhos do sol. Um sorriso sempre existiu ao me perder na sua luz.

Tudo acabou! Agora explico todos os passos com desenhos na praia. Resumos fáceis de explicar, difíceis de perceber… Esticava-me. Ao meu lado estava sempre a lata de Coca-Cola e os búzios. Nunca se afastaram! Com eles permanece a loucura. O vício. O sonho. Esse sobre o qual nunca tive a mínima dúvida. A paixão que se expande mesmo quando não é preciso revelar-se.

Deixei que o vento me despenteasse. Esperei que as gotas salgadas molhassem o meu cabelo e dei um passo em frente Deixei que a espuma das ondas molhasse os meus pés. Com a água fria vieram recordações felizes de tempos quentes. As lágrimas corriam! O tempo soltava-se! Tanto medo! Tanta vontade! Tantas mãos dadas e palavras de força! Tantas vozes erguidas em defesa! Tantos olhares tremidos e passos em falso! Tanta coragem, ou falta dela! Tantos perfumes diferentes que num respirar fundo continuam os mesmos.

Já nem as frases fazem sentido. Já não há nada que as faça estarem unidas. Solta-se um grito de desgosto que nunca pensei soltar… O tempo já não é muito. E assim terminou! Etapa?! Algo começa! Uma história só tem fim quando lho quisermos dar.

Inês Corveira (12º B)

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