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Confirmada indemnização de um mês por ano de trabalho no Hotel Turismo

Câmara manteve posição e presidente do Sindicato considera que a unidade poderá continuar em funcionamento até ao fim do ano

Após algum tempo de espera, a Câmara da Guarda já esclareceu os 22 trabalhadores do Hotel Turismo sobre o valor da indemnização a que terão direito. A autarquia não abdicou da sua posição e os funcionários vão receber apenas um mês de salário por cada ano de trabalho, valor definido por lei. Entretanto, o presidente da direcção regional do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro considera que o fecho da unidade poderá não ocorrer antes do final do ano.

António Baião adianta que a autarquia respondeu à contra-proposta dos trabalhadores, que reclamavam mês e meio por ano, através de uma carta em que estabeleceu o valor de um mês por cada ano de trabalho. «É isso que a Câmara está disposta a dar e não vai haver alteração na sua posição», lamenta o sindicalista, que reconhece que a autarquia está a cumprir a legislação em vigor. Contudo, do «ponto de vista ético», os trabalhadores entendem que «mereceriam mais pela dedicação que sempre tiveram a esta unidade», sustenta. De resto, os funcionários manifestam «um certo descontentamento» em relação a esta postura e «não percebem porque é que a Câmara, se vai receber 3,5 milhões de euros, não foi um bocadinho mais além na indemnização a pagar», revela. O dirigente diz também que parece ter-se «desvanecido aquela tentativa que, no início, sempre esteve presente nas palavras do presidente na procura de saídas profissionais para esta gente».

Por isso, admite algum «mau estar» no seio dos trabalhadores do Turismo por o fim do mês estar a aproximar-se «sem propostas ou saídas profissionais em concreto, mas ainda têm essa expectativa», acrescenta. Quanto ao fecho da unidade, António Baião considera que há uma «dúvida muito grande» em relação à escritura, pois a venda ao Turismo de Portugal foi acordada por 3,5 milhões de euros, cuja autorização de pagamento será decidida «a nível dos Ministérios da Economia e das Finanças». Nesse sentido, «a leitura que fazemos é que muito dificilmente poderão tomar esta decisão antes do final do ano, pois iria contribuir para aumentar o défice», estima o sindicalista. Contudo, uma leitura da conjuntura económica e política do país leva-o a dizer que «se o pagamento puder não sair das verbas do Orçamento de Estado deste ano, poderá haver aqui algum trabalho de engenharia financeira para vir no OE de 2011», vaticina.

Ricardo Cordeiro

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