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Cónego José da Silva deixou Foz Côa de luto

Vítima de doença súbita, faleceu no dia 24 deste mês o Cónego José da Silva, que co-paroquiava Vila Nova de Foz Côa desde 3 de março de 1985. Dera-se conta da sua falta pelas 15 horas da véspera, encontrando-se prostrado no seu quarto. Conduzido ao serviço de urgência básica foi transportado de helicóptero para o Hospital da Guarda, em estado muito crítico, acabando por falecer às quatro horas da madrugada seguinte.

A sua morte, quer pela sua pessoa, quer pelas circunstâncias, rapidamente se tornou conhecida em Foz Côa e região, onde desfrutava da consideração geral. Trazido para Vila Nova de Foz Côa, as exéquias celebraram-se na Igreja Matrizao princípio da tarde e depois à noite, com a participação do clero do Arciprestado e fora dele de largas centenas de fiéis.

No dia 25, após exéquias fúnebres, o seu corpo foi conduzido para Penude, Lamego, sua terra natal, acompanhando-o no percurso por um longo cortejo de automóveis e alguns autocarros. Na Igreja Paroquial de Penude, cantado o Ofício das Horas, foi celebrada missa sob a presidência do Venerando Bispo de Lamego, D. António José da Rocha Couto, após o que se rumou ao cemitério local, sua última morada.

O Cónego José da Silva tinha 87 anos de idade, pois nascera em 12 de fevereiro de 1927. Ordenado presbítero, foi pároco em Riodades, Escurquela, Paredes da Beira, e depois ainda Penela da Beira, passando, nos últimos 29 anos, a paroquiar Vila Nova de Foz Côa, mais tarde também as Chãs, e, depois, in solidum com o Revº Pe. António José Ferraz, assumiu responsabilidades pastorais em Santo Amaro e Mós. Simultaneamente era o diretor do jornal “O Fozcoense”. Além da Igreja que construiu em Riodades, deixa em Vila Nova de Foz Côa a sua marca pessoal com a construção do modelar edifício do Jardim de Infância de S. José.

Era uma pessoa simples, não discriminava ninguém, para todos tinha um sorriso ou uma palavra amiga. Visitava as pessoas que sabia estarem doentes, quer nas suas paróquias, quer fora delas. Chegou a deslocar-se a Turim (Itália), para visitar uma Irmã da Consolata, Irmã Franca. Deslocações ao Porto ou a diversos hospitais eram uma constante sua. A todos, com a sua visita, levava uma palavra de conforto e esperança. Cada pessoa era sua amiga. As crianças saudavam-no. Os mais velhos tributavam-lhe respeito e muita estima. Ele era como se fosse da família de cada um. Em cada uma destas pessoas deixou um vazio, um espaço aberto que dificilmente se recompõe. A sua bonomia, o seu sorriso, ficam no coração e quantos o conheceram. Foi um homem bom que nos deixou em troca de um outro lugar onde Deus o quis.

Que descanse em paz.

Manuel Daniel (ACR de Foz Côa)

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