A Brigada de Trânsito da Guarda deteve, na madrugada de domingo, um automobilista embriagado que viajou 24 quilómetros em contramão na A23. No entanto, o mesmo condutor tinha sido detido três horas antes pela PSP por envolvimento num acidente de viação na cidade que apenas causou danos ligeiros, revelou o tenente Bruno Gonçalves, comandante do destacamento da BT.
O homem, de 51 anos, residente na zona da Guarda, acabou a noite nos calabouços da Brigada, após ter sido detido preventivamente. Presente a Tribunal na segunda-feira, o indivíduo, que conduzia um veículo ligeiro de passageiros, saiu em liberdade mas ficou sujeito ao termo de identidade e residência. Está acusado da prática dos crimes de condução perigosa, embriaguez, desobediência qualificada – uma vez que contornou a patrulha da BT que o tentou interceptar e não respeitou a inibição de conduzir aplicada pela PSP – e injúrias aos agentes que o prenderam. De acordo com o comandante da Brigada, o condutor apresentava uma taxa de 2,59 g/l de álcool no sangue e andou 24 quilómetros em sentido contrário na auto-estrada que liga a Guarda a Torres Novas. O alerta foi dado via 112, cerca das 23h40 de sábado, por alguns automobilistas que circulavam no sentido Guarda-Covilhã. «Terá entrado na A23 no nó de Belmonte ou da Benespera e foi detido ao quilómetro 211,5, a seguir ao nó da Guarda Sul. Isto depois de ter evitado, um quilómetro antes, um carro patrulha que, após ter cortado o trânsito, se atravessou na via para o obrigar a parar», referiu Bruno Gonçalves.
Contudo, o condutor contornou o veículo da BT e continuou em contramão pela auto-estrada, tendo sido perseguido até os agentes terem condições para lhe cortar novamente a marcha. O que aconteceu já perto do final da A23 à meia noite e meia. «O condutor não teve a percepção que estava a conduzir em sentido contrário devido à taxa de álcool detectada», alegou o oficial, acrescentando que o mesmo ainda opôs alguma resistência à detenção e ao teste de alcoolémia. Desta viagem perigosa não resultaram acidentes, apesar do automóvel em causa se ter cruzado com «vários veículos» neste percurso, admitiu o comandante da BT. Uma situação que, milagrosamente, tem sido comum aos restantes casos de contramão registados nos troços desta via na região. O mais insólito aconteceu em Dezembro de 2005, quando uma mulher viajou cerca de 40 quilómetros na faixa contrária entre o nó da Benespera (A23) e a ponte sobre o Côa (A25), perto de Vilar Formoso. Mais recentemente, um homem de 77 anos andou uma centena de metros em contramão na A25, após ter entrado no nó da Ratoeira. Segundo a BT, o condutor acabou por embater contra as protecções da auto-estrada ao tentar desviar-se de um veículo que circulava no sentido legal. O acidente, ocorrido de madrugada, provocou apenas danos materiais.
Luis Martins
