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Concurso Júlio Cardona termina esta noite

60 violinistas e violoncelistas de 26 países participam, na Covilhã, num evento ameaçado pela falta de apoios

Termina, esta noite, o sexto Concurso Internacional de Instrumentos de Arco Júlio Cardona, na Covilhã. Durante a semana, 60 violinistas e violoncelistas, oriundos de 26 países, prestaram provas no Teatro-Cine nas classes A (concorrentes até aos 30 anos de idade) e B (até aos 18 anos). Os vencedores serão conhecidos numa cerimónia que contará ainda com um concerto final dos participantes, acompanhados pela Orquestra de Câmara da Universidade do Minho.

Antes, realiza-se à tarde uma tertúlia sobre o compositor Gabriel Morais e Sousa. «É uma iniciativa que se destina a divulgar a sua obra, parte da qual será executada pelo pianista Francisco Monteiro», adianta Campos Costa, organizador do evento. A sessão assinala os 50 anos da morte do músico natural do Tortosendo, falecido com apenas 28 anos. O concurso é promovido pela Delegação da Covilhã da Juventude Musical Portuguesa, tendo por júri o maestro Manuel Ivo Cruz (que preside), maestro Wolfgang Izquierdo (Espanha), Zófia Woycicka (Polónia), Luís Sá Pessoa e Emanuel Frazão Pereira (Portugal). Para cada instrumento, o primeiro prémio da classe A é de 2.500 euros e o segundo vale 1.250. Na classe B, o vencedor arrecada mil euros e o segundo classificado recebe 500 euros. «Estão presentes alunos das melhores escolas de instrumentos de arco do mundo», sublinha o maestro, referindo que Portugal e Espanha são os países mais representados, com 16 concorrentes cada.

No entanto, Campos Costa revela ter havido «muita dificuldade» para financiar esta edição e que a próxima está em causa devido à falta de apoios. Exemplo disso é que a viola e o contrabaixo foram este ano excluídos do concurso. Esta edição está orçada em 50 mil euros, mas a comparticipação do Ministério da Cultura, um dos maiores patrocinadores, «baixou de 30 mil euros em 2006 para 4.450 euros este ano». Já o apoio da Câmara da Covilhã passou de 10 mil para 2.500 euros. «Ambas as instituições alegam dificuldades financeiras para justificar a redução», indica Campos Costa.

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