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Conclusões finais do PETUR em Novembro

Unir os municípios «em torno do mesmo objectivo» é a principal meta da equipa que está a estudar a viabilidade turística da Serra da Estrela

O projecto do PETUR – Plano Estratégico de Turismo da Serra da Estrela estará concluído em Novembro. Esta é a data apontada pelo coordenador, Pedro Guedes de Carvalho, adiantando que a fase de diagnóstico já está terminada com um inquérito sobre a procura turística junto da hotelaria e restauração dos dez concelhos abrangidos pela Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela.

Desta pesquisa resultou a ideia de constituir uma central de reservas, porque os responsáveis têm que «se unir em torno de certas medidas», insiste Pedro Guedes de Carvalho, indicando para Agosto a realização de mais uma reunião com todos os municípios. Um dos temas em cima da mesa será o inquérito internacional sobre a imagem externa da Serra da Estrela e a necessidade de algumas infraestruturas reclamadas pelas câmaras. Contudo, o papel do PETUR nesta matéria resume-se a avaliar a importância desses projectos para a Serra da Estrela e negociar planos concretos com o Governo. Quanto aos resultados do inquérito sobre a imagem da serra, o professor de Economia da UBI indica que, internamente, as pessoas conhecem «muito mal» a Estrela. Por isso, a equipa do PETUR já está a trabalhar com as escolas da região na promoção e reconhecimento intra-serra, de forma a que os habitantes locais valorizem este recurso. «Ninguém pode mudar o que não conhece», completa Pedro Guedes de Carvalho. Relativamente à imagem externa, os turistas têm um nível cultural médio/alto, vêm em média mais do que uma vez e apreciam a natureza e o ambiente das «coisas espantosas que temos». O que menos apreciam, diz Pedro Guedes de Carvalho, é a forma como as cidades estão organizadas e o modo como «mal tratam o património».

Entretanto, o coordenador do PETUR lamenta que a realização do projecto não esteja a ser muito fácil: «Há inúmeras entidades que trabalham com a serra e nenhuma delas na mesma área», refere, considerando «complicada» a coordenação para os municípios, já que, institucionalmente, «não se entendem e há dificuldades em terminar coisas importantes». Neste sentido, o economista diz haver necessidade de tratar muitos assuntos a nível central, caso contrário «não fazemos nada», como é o caso da “Estrada Verde” sobre a qual «não há poder de decisão». Neste momento, a equipa do PETUR está a ouvir os autarcas e os seus projectos para se encontrar uma solução, justificada cientificamente, «em que todos ganhem», diz o responsável. Uma das coisas a alterar, sobretudo nas consciências, é a forma como o comércio está a ser explorado nas “zonas-chave” da serra. É o caso da Torre e do Sabugueiro, onde «tudo deveria ser alterado», defende Pedro Guedes de Carvalho, para quem o cenário só vai mudar «quando quem nos visita disser que não compra». No entender do coordenador do plano, os comerciantes daquela zona têm que se «qualificar», garantindo no entanto que há projectos «muito bons para a serra». A partir de Setembro, a equipa vai organizar “workshops” e debates públicos para esclarecimento de situações menos claras. «O turismo é uma coisa lenta, há muito que fazer sobretudo ao nível das pessoas», refere o responsável.

Rita Lopes

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