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Comunistas acusam Governo de desinvestir no interior

A redução das verbas do PIDDAC para Castelo Branco motivaram críticas

O Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2004 revela o «contínuo desinvestimento» do Governo de coligação nas regiões do interior do país. A crítica parte do Partido Comunista Português e surge na sequência da «queda de 7,43 por cento» do investimento no distrito albicastrense no próximo ano, ainda para mais quando este sofreu o corte de «28 por cento» no PIDDAC 2003, caindo assim para o 15º lugar da tabela dos distritos contemplados. «Atrás de nós, só mesmo a Guarda, Portalegre e Viana do Castelo», realça Armando Morais, dirigente.

Para o PCP, continua a manter-se a «tendência» de mais de 80 por cento das verbas do PIDDAC terem o litoral como destino, enquanto o interior fica com «menos de 20 por cento», garantindo que assim «não se combatem as assimetrias». A «falta de rigor» na elaboração e realização do programa é ainda apontada por Armando Morais, eleito na Assembleia Municipal da Covilhã, como uma das maiores falhas do Governo, pois revela «falta de planeamento e de pouco respeito pelas necessidades das populações». As verbas «diminutas» que impossibilitam o arranque das obras, as alterações «de ano para ano» nas projecções seguintes e a retirada de algumas obras prioritárias do plano sem qualquer explicação às populações, são as falhas apontadas ao Governo. E isto porque obras como o IC8, IC6, as instalações para a unidade de Psiquiatria do Hospital Pêro da Covilhã e a esquadra da PSP da Covilhã estão «prometidas há muito», mas nunca se realizaram até hoje. Além destas obras fundamentais para a região, o PCP recorda a necessidade de contemplar no PIDDAC o Aeroporto Regional, o Centro de Artes, as acessibilidades rodoviárias, a barragem das Penhas II, o Parque Nacional do Tejo Internacional e o Regadio da Cova da Beira, considerando da «maior gravidade a não inclusão» deste último no PIDDAC 2004, pois «o que não está em PIDDAC não é feito», sublinha Armando Morais. O PCP critica ainda a falta de investimento no sector de “Protecção de Florestas Contra Incêndios”, que desceu de 176 mil euros em 2003 para 113 mil, para além do pouco apoio aos concelhos mais afectados pelos últimos fogos, caso de Vila de Rei (501 mil euros), Oleiros (500 mil), Sertã (161 mil), Vila Velha de Ródão (74 mil) e Proença-a-Nova (25 mil).

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