Um mineral é um sólido cristalino inorgânico com uma composição química definida. Os minerais são os principais componentes das rochas, muito embora apenas uma mão cheia deles, conhecidos como minerais formadores de rocha, sejam bastantes comuns. Os povos das civilizações antigas aprenderam a esculpir e a polir os minerais para servirem de adornos e de decoração e descobrirem as suas úteis propriedades físicas. Devido a estas descobertas, os minerais desempenham um papel essencial na vida quotidiana, um vez que extraímos deles os inúmeros elementos de que precisamos para executarmos as nossas atividades de alta tecnologia. Até mesmo os copos por onde bebemos e os pratos de cerâmica que comemos derivam dos minerais. Os minerais são constituídos por combinações dos 94 elementos que ocorrem naturalmente na Terra e possuem propriedades físicas e químicas distintas e mensuráveis. Com base nestas propriedades, os geólogos, munidos de uma grande variedade de equipamento de testes, são capazes de identificar qualquer espécime mineral.
O aspeto de um mineral é muitas vezes a pista mais importante para identificá-lo. A cor, a luminescência e o brilho são as propriedades mais fáceis de observar num mineral. Para tirar o máximo partido destas informações ao examinar um espécime, segure o mineral perto de uma luz e tente ver através dele, ou através de uma aresta fina caso ele seja demasiado escuro. É surpreendente verificar que minerais atrativos como a labradorite e a opala surgem na natureza com um tom castanho-amarelado desagradável, pálido e fumado. A luminescência é o resultado da interferência da luz de estruturas ou de minúsculas intrusões no interior da pedra, ao passo que o lustre ou o brilho se deve à refração e à reflexão da luz sobre a superfície da pedra. A luminescência e o brilho podem ser devidamente observados apenas em superfícies não corroídas pela ação da água, ou em faces de cristais, ou então em pedras preciosas polidas.
É de salientar que muitas propriedades óticas que afetam a cor podem ajudar a identificar um mineral. Os minerais pleocróicos, tais como a safira e a turmalina, mudam de cor quando são vistos em diferentes orientações. Alguns fazem-no de forma espetacular – a cordierite é uma gema de um intenso tom de azul, mas quando é vista de baixo ao longo do eixo do cristal parece quase incolor. Os minerais que mudam de cor vão fazê-lo, por vezes completamente, mediante condições diferentes de iluminação. Os minerais fluorescentes apresentam luminescência sob a luz ultravioleta, sendo a fluorite um exemplo clássico. Os minerais fosforescentes, como a opala, continuam a cintilar mesmo de depois de apagada a luz ultravioleta. Já quando se esfregam pedaços de quartzo uns nos outros, estes cintilam com uma azul fria. Esta propriedade, denominada triboluminiscência, já era conhecida dos antigos Incas e continua a ser explorada ainda no dias de hoje.
Por: António Costa