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Comprar água

Bilhete Postal

Detesto pensar que a água tem dono. Detesto imaginar que alguém lhe põe um preço. A água devia ser gratuita e defendida pelas forças armadas. Se o dinheiro dos Estados deve ser para alguma coisa é para que ninguém deixe de beber, lavar-se, divertir-se com a água que sai das fontes, bate na costa, desce os rios desde a nascente. A água é nossa. Detesto imaginar que a água é controlada, que a água é vendida a empresas de exploração. Nos países muito pobres de água fazem-se fábricas que lhe retiram o sal e põem a circular. Fábricas gigantes que produzem milhões de litros para o povo ter nas torneiras, usufruir e viver feliz. A água que nos chega preparada, tratada, nos abriga de inúmeras doenças, nos aconchega a sede só pode ser de todos nós. É um direito de cada cidadão nunca morrer de sede, nunca lhe faltar dinheiro para beber. A água é um bem inquestionável na sociedade que ambiciono e causa-me náuseas que possa ser envolvida em negócios, em contratos camarários. O dinheiro do Estado que não sirva para mais nada, mas que canalize para a distribuição, proteção, qualificação e entrega a todos de modo transversal da água potável e fresca. Defender as águas desde a sua recolha parece ridículo mas é absolutamente essencial para evitar o pior dos terrorismos, o mais criminoso dos atentados. Proteger as águas dos cretinos que a poluem e dos criminosos que a podem envenenar. Eu amo o copo de água sobre a mesa. Não me irritem!

Por: Diogo Cabrita

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