O grande auditório do TMG recebe na próxima quarta-feira, pelas 21h30, um espetáculo de cinema e dança protagonizado pela Companhia Nacional de Bailado (CNB), que apresenta a curta-metragem “La Valse” e o bailado “A Sagração da Primavera”.
“La Valse” é uma obra orquestral composta por Maurice Ravel, estreada em 1920, que retrata a experiência da guerra e é uma metáfora à Europa de então, em que o romantismo perde o domínio e o ritmo da valsa deriva frequentemente para o caos. A obra surge agora no TMG sob a forma de curta-metragem, com realização de João Botelho e coreografia de Paulo Ribeiro, procurando explorar a composição de Ravel e conceber um olhar cinematográfico sobre o movimento dos corpos.
Segue-se o bailado “A Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky, com direção e coreografia de Olga Roriz. A criadora promete mostrar-se fiel ao guião original, mas distancia-se deste ao apresentar visões personalizadas que imprimem à história uma lógica mais possível à compreensão e mais aprazível à manipulação. «O tempo parece não ter passado desde que, ainda jovem, interpretei o papel da eleita do coreógrafo Joseph Roussillo no Ballet Gulbenkian. O tempo parece não ter passado desde a primeira vez que vi, num minúsculo televisor, a versão de Pina e ter decidido nunca coreografar esta peça. O tempo parece não ter passado desde a polémica estreia de Nijinski/Stravinski. Mas o tempo passou e a obra perdura no nosso imaginário cultural», escreve Olga Roriz a propósito de “A Sagração da Primavera”.
