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Comissão de gestão assegura sobrevivência do Sporting da Covilhã

Treze sócios foram nomeados na última sexta-feira face à ausência de candidatos aos órgãos sociais do clube

Desde a última segunda-feira que o Sporting Clube da Covilhã está a ser gerido por uma comissão de gestão depois de nenhum dos três mil sócios ter demonstrado interesse em comandar os destinos daquele que é considerado o maior clube de futebol da região. A comissão foi nomeada na última Assembleia Geral de sócios, realizada na sexta-feira após ter sido adiada na véspera a pedido de alguns sócios dada a ausência de candidatos. João Petrucci – que pediu a demissão do cargo na reunião de quinta-feira – vai presidir a uma comissão de gestão com treze elementos, entre os quais Pinheiro da Fonseca (Assembleia Geral), Jorge Patrão (Conselho Fiscal) e Nelson Dias (tesoureiro).

«Esta solução não é a melhor, mas um mal necessário para não deixar o clube cair no vazio», reconhece Petrucci, que na quinta-feira até tinha uma lista formada para os órgãos sociais do clube mas que se recusou a apresentar por causa da dívida de 100 mil euros resultante do empréstimo contraído na Caixa de Crédito Agrícola do Fundão em 1997. Segundo explicou aos sócios, a dívida terá sido liquidada por Brito Rocha – avalista do empréstimo e antigo presidente da Assembleia Geral -, pelo que, ao invés de pagar prestações de 1.500 euros por mês ao banco, o clube teria agora que a liquidar em 12 meses. «Não seria eticamente correcto da minha parte atravessar o nome das pessoas que compõem a lista, e respectivas famílias, num assunto que não lhes diz respeito», justificou o dirigente, optando assim por uma comissão de gestão que deverá manter-se em funções até finais de Julho. «É uma situação transitória e antes de começar o campeonato (em Agosto) terá que surgir um elenco directivo, porque a paciência dos elementos desta comissão também se esgota», acrescentou o presidente cessante. «Se isso não ocorrer, então vamos mesmo embora», ameaça, garantindo, no entanto, que o Sporting da Covilhã «não vai fechar a porta».

«Só fecha a porta se eu fechar os olhos», sublinha Petrucci, bastante desanimado pelo desinteresse dos sócios na sobrevivência de um clube que já tem 81 anos. Isto porque durante a Assembleia Geral da última sexta-feira nenhum dos presentes mostrou vontade em formar uma lista para uma direcção ou para a comissão de gestão. «Depois de alguns sócios terem pedido o adiamento da reunião, pensei seriamente que alguém avançasse com uma lista», desabafa, lançando logo de seguida uma crítica a alguns sócios: «Tenho pena de não ter visto nesta assembleia as pessoas que passam a vida a criticar a direcção. Espero que façam as suas listas e que no próximo acto eleitoral apareçam porque é bom para o Sporting». Mas as críticas de Petrucci também se estendem ao pouco apoio dos empresários da “cidade neve”. «Custa-me acreditar que na Covilhã não haja empresários com hipóteses de ajudar o clube. Não sei as razões para este alheamento. Precisamos da ajuda de todos», desabafa o dirigente, para quem o Sporting «merecia mais desta cidade». Uma opinião partilhada pelo presidente da mesa da Assembleia Geral, que assumiu o cargo em Março após o abandono de Brito Rocha. Pinheiro da Fonseca considera que a cidade «não corresponde como deveria a um clube que tem 81 anos, um historial estupendo e inigualável na província e no resto do país», sublinhando que o Sporting precisa de «sangue novo», pois uma colectividade que não se renova, «vai-se estiolando diariamente».

Liliana Correia

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