Arquivo

Comerciantes querem estacionamento na Praça Velha da Guarda

Associação Comercial da Guarda tem novo presidente desde a semana passada, que foi eleito por 18 associados

Miguel Alves é, desde a semana passada, o novo presidente da Associação do Comércio e Serviços do Distrito da Guarda (ACG), sucedendo a Paulo Manuel, que liderou a instituição nos últimos seis anos. Neste sentido, O INTERIOR quis saber quais as principais sugestões dos comerciantes da zona histórica da Guarda para a nova direção.

Miguel Frias, associado da Comercial desde o final de 2011, apela aos novos dirgentes para que «tentem ajudar, dentro dos meios que têm disponíveis, a dar alguma dinâmica e ânimo a toda esta zona “ex libris” da cidade, que requer uma atenção especial». O proprietário da Alquimia do Paladar, localizada na Praça Velha, sustenta que a dinamização de que fala passa por «promover hábitos que a população já teve e que perdeu porque se fizeram aqui mudanças que durante um certo tempo impediram a circulação e o resultado final, se calhar, não foi o desejado». O empresário reforça que «é preciso trazer as pessoas para aqui, não tanto por atividades pontuais, mas sim por criar hábitos que entrem nas rotinas do dia-a-dia», daí que «tudo o que possa ser feito que valorize e dinamize o espaço» será bem acolhido. Mesmo ao lado está a loja de José Bolota Ramos, para quem a principal sugestão é «colocar estacionamento pago na Praça Velha».

«As obras foram feitas para trazer as pessoas para cá, mas aconteceu o contrário, afastaram as pessoas», constata. Sócio da ACG há mais de 30 anos, o comerciante gostaria que a praça «voltasse a ter as lojas todas abertas, mas para isso é preciso que tenha movimento e as pessoas não vêm». E, na sua opinião, «é preciso um parque de estacionamento para as pessoas virem cá, caso contrário não vem cá ninguém». A mesma opinião é partilhada por Henrique Lopes, dono de uma mercearia na Rua da Torre: «A remodelação que fizeram na Praça Velha é das principais causas que levou à quebra no negócio. Tiraram daqui o estacionamento e não se pode estacionar em lado nenhum, de maneira que as pessoas agora não vêm e, além disso, os supermercados também nos deram cabo da vida», considera este associado há «volta de 40 anos». Mais crítico é Delfim Perdigão, sócio da ACG há mais de 30 anos, que desconhecia a eleição de uma nova direção mas à qual deseja que possa ter «um bocadinho mais de coragem que a anterior, porque não nos ajudou mesmo nada e dá-nos impressão que estão ali só para pagarmos quotas».

O proprietário de um restaurante na Rua Direita entende que a Associação Comercial «pode ser útil porque precisamos de entrar em contacto com a Câmara e ela a nós, individualmente, não nos dá ouvidos», mas também gostaria que a ACG fosse «junto da autarquia para nos tentar ajudar». O comerciante realça que «a maior parte do comércio da Guarda está a fechar» e, «ao tirarem o estacionamento na Praça Velha, deram cabo de nós, cortaram-nos as pernas e agora ainda nos tiram os poucos estacionamentos que há junto à Igreja de São Vicente». O empresário diz que a “sala de visitas” da cidade é uma «vergonha, puseram o D. Sancho a um canto, a iluminação não vale nada, temos casas velhas a cair, uns bancos de pedra que me fazem lembrar um estaleiro e a ACG nem sequer sugere irmos lutar junto da Câmara para que faça alguma coisa para nos ajudar».

Nas eleições da semana passada votaram apenas 18 sócios e Miguel Alves reconhece que «teria sido bastante satisfatório» que a adesão tivesse sido mais elevada, mas constata que «as pessoas sabiam que era lista única e não se mobilizaram». Para trás ficaram os projetos da criação de condomínios comerciais na zona história, Mileu e Estação, avançados pela ACG em 2007. Na área do centro histórico surgiu a Agência para a Promoção da Guarda (APGUR), que cumpre, em parte, as funções que estariam destinadas aos condomínios, enquanto que nas outras zonas «neste momento não fazem sentido», considera o dirigente. A liderar a Assembleia-Geral continua Artur Seguro Pereira, enquanto Ricardo Nascimento Coelho é o presidente do Conselho Fiscal. A tomada de posse decorreu na passada sexta-feira.

Ricardo Cordeiro Sócios da ACG querem uma nova dinâmica comercial na cidade

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco saraiva da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
O Vivaci trouxe à Guarda um espaço de comércio igual ao das grandes cidades, para além de que nesse mesmo espaço houve uma recuperação urbanística. Podemos ser críticos quanto à forma, mas não esqueçamos que não existia na Guarda um espaço igual a este. O pecado maior está na forma como a Câmara gere a cidade e nas obras de faz de conta que se arrastam para não a levar a nenhum lado. Devemos projectar a cidade com obras para os 30 anos que ai vêm e não fazendo obras de Santa Engrácia. (…) Novas caras se apresentam na corrida à Câmara, mas a maior parte são homens com vícios partidários e que em nada nos ajudam a sair da sombra em que a Guarda caiu. Temo que nos apresentem mais 4 anos em que a Guarda continue mergulhada num abismo de ideias e de obras de faz de conta, (…). Se a Guarda está mergulhada neste sectarismo ensanguentado é porque continuamos a assistir a uma coisa simples: a falta de ambição e de ideias, mas sobretudo a falta de um líder com uma equipa coesa que deve pensar a cidade para 30 anos e fazer congregar as pessoas em volta de um objectivo universal, em que só a Guarda possa ganhar e não os partidos, viciados em jogos de poder.
 
Goulart Medeiros goulart.medeiros@hotmail.com
Comentário:
O transito devia ser proibido de circular no centro da cidade.Os comerciantes se fossem mais inteligentes tinham boicotado a construção da catedral do capitalismo ( Vivaci ).
 

Sobre o autor

Leave a Reply