Os comerciantes instalados junto ao acesso da Guarda à A25, no Bairro de São Domingos, estão insatisfeitos com a solução encontrada pela autarquia e pela Estradas de Portugal (EP) para a remodelação daquela via. «Isto foi um tapa-olhos, um tapa buracos. Pensaram na estética, mas não pensaram no comércio que há nesta rua, nem nas pessoas que cá moram, porque toda a gente tem um carro e esqueceram-se dos estacionamentos», critica Benjamim Moreira.
Recorde-se que, em 2007, foram efectuadas obras de requalificação daquele troço que liga a cidade à A25 e os espaços em terra batida existentes dos dois lados da via foram substituídos por passeios largos, com árvores e bancos, numa zona onde, garantem os comerciantes, «não há praticamente movimento de pessoas». «Antigamente as pessoas paravam no local onde estão os passeios e hoje já não param e lá estão os banquinhos às moscas só para emigrante ver», assegura o talhante. Já Alice Santos, outra comerciante, explica que os passeios «extremamente altos e largos» impossibilitam o estacionamento ou a paragem de automóveis, numa zona com algum fluxo comercial. «Inclusivamente, quem entra ou sai da cidade e tem que esperar por outras pessoas não tem onde estacionar o carro», constata. Corroborando esta ideia, Adelmar Moreira, proprietário de um restaurante junto ao acesso, lembra que antes das obras «havia muita gente de passagem, muitos camionistas que frequentavam os nossos estabelecimentos e que agora deixaram de poder parar». Quanto aos bancos, Vítor Costa assegura: «Estou aqui há três anos e nunca aqui vi ninguém ali sentado».
Confrontado com estas reacções, o vereador da Câmara da Guarda responsável pelo pelouro do Urbanismo afirma que esta «foi uma opção que teve em conta alguns condicionalismos existentes, mas também pensámos no futuro a 10/15 anos». Vítor Santos acredita ter sido dado «um salto qualitativo» de 2007 para 2009, com «passeios adequados e condicionados a um local tal qual ele é e uma arborização contínua ao longo da via», admitindo que se «perdeu estacionamento», mas porque aquela zona «é um acesso a uma auto-estrada e uma entrada da cidade». Sobre a pouca utilização de passeios e bancos pelas pessoas, o vereador recorda que se passou de uma zona «mal trabalhada, em que até havia vandalismo nos estacionamentos, para uma área requalificada. Dá gosto entrar na cidade pela A25 e daqui a dois ou três anos será uma zona pedonal e característica de uma boa entrada de cidade», sustenta.
Admitindo que, actualmente, o local é pouco procurado por transeuntes, Vítor Santos reitera a ideia de que o projecto está «voltado para o futuro» e apela à população para que pense «numa nova Guarda, numa cidade com nova vitalidade e com todas as condições para que seja uma cidade do futuro». Relativamente à possibilidade de se minimizarem os prejuízos decorrentes da falta de estacionamento, o vereador revela que uma comerciante já contactou a Câmara, que estará agora a tentar conseguir ganhar seis a oito lugares de estacionamento. «Estamos numa fase de ante-projecto», refere.
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Rafael Mangana