Os espanhóis Yllana regressam ao palco do Teatro das Beiras para apresentar a peça “Olimplaff”, umas olimpíadas muito especiais em que três atletas utilizam durante 70 minutos todo o tipo de artimanhas para chegarem ao degrau mais alto do pódio. Esta produção está em cena esta noite no âmbito do Festival de Teatro da Covilhã, que termina sábado. Em “Olimplaff”, o espectador ver-se-á envolvido num conjunto de peripécias protagonizadas pelos três actores que, para além do humor, utilizarão ainda a linguagem gestual, o “clown” e a pantomina. O espectáculo, da autoria da companhia de Madrid, conta com a interpretação de Cesar Maroto, Guss e Juanfran Dorado.
O registo muda amanhã à noite com Dora Bernardo e Pedro Oliveira em “Fui às Compras”, de Virgílio Almeida. Com encenação de Carlos Gomes e Carlota Gonçalves, os dois actores exploram o lado feminino e masculino que existe em cada ser humano. Dora Bernardo é Matilde, uma mulher que fala dela, fala consigo própria, fala ao telefone, enquanto trabalha, cozinha ou faz Tai Chi. Y (Pedro Oliveira) é o homem que Matilde podia ser, se tivesse nascido rapaz. Y vive numa dimensão paralela, mas irrompe no mundo de Matilde sempre que ela se emociona, sendo assim encarado como o “cordão umbilical” de alegrias, tristezas, dor, memórias, etc.… O pano do Festival de Teatro da Covilhã desce sábado com os Peripécia Teatro e o espectáculo “Ibéria – A Louca História de uma Península”. Cabe a dois espanhóis e um português contarem como se formou a Península Ibérica através da sua visão enquanto actores. Noélia Dominguez, Sérgio Agostinho e Ángel Frágua dão voz e corpo a uma história repleta de loucura, em que não faltam as guerras, as alianças, traições, amores, aventuras e conquistas que ainda hoje povoam o imaginário de portugueses e espanhóis.
Uma história em que os actores (e também autores) recorrem a muita imaginação, mímica e sentido de humor para fazer renascer grandes personagens e feitos da história ibérica, como as Batalhas de Aljubarrota e do Salado, os Descobrimentos e o Tratado de Tordesilhas, sem esquecer Inês de Castro, Viriato, a Dinastia Filipina e o Milagre de Fátima. No fundo, é uma sátira sobre a formação dos dois países que formam a Península Ibérica. A encenação está a cargo de José Carlos Garcia. E para fechar a edição deste ano nada melhor que o som dos Arcada Café Orchestra, um grupo de música eborense do qual faz parte o encenador Gil Salgueiro Nave, que actuará no “Café Teatro” do Teatro das Beiras por volta das 23 horas com um reportório centrado no jazz, blues, dixieland, Klezmer e gypsy.
Liliana Correia