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Comboio espanhol ia a 190 km/h numa curva de 80 km/h

O excesso de velocidade poderá ter sido a causa do acidente ferroviário junto a Santiago de Compostela.

«Espero que não haja mortos porque ficarão na minha consciência». As palavras serão do maquinista do comboio Alvia que descarrilou ontem nas imediações de Santiago de Compostela, Espanha, causando pelo menos 78 mortos, segundo o “El País”.

O jornal espanhol cita fontes da investigação do acidente para contar que o maquinista admitiu, logo após a tragédia, quando ainda estava preso na carruagem, que circulava a 190 km/h numa curva onde o limite de velocidade era apenas de 80 km/h, ainda que a reta seguinte à curva permitisse uma velocidade máxima de 250 km/h.

«Somos humanos, somos humanos!», terá exclamado o maquinista através do rádio, enquanto se queixava de dores nas costas, momentos após o descarrilamento.

Não é claro por que razão o comboio circulava a uma velocidade tão elevada, mas certo é que, ao fazer a transição da linha de alta velocidade para a linha convencional, o Alvia não travou o suficiente e ultrapassou a velocidade permitida, o que terá feito com que, numa curva apertada, algumas carruagens descarrilassem.

A linha onde ocorreu o acidente, cerca das 20h42 de quarta-feira (19h42 em Lisboa), foi inaugurada a 10 de dezembro de 2011.

Entre os mais de 200 passageiros do comboio, pelo menos 78 morreram e 130 ficaram feridos, 20 dos quais em estado muito grave, de acordo com o mais recente balanço das autoridades espanholas.

Este acidente ferroviário é já considerado o mais grave dos últimos 40 anos em Espanha e o primeiro com vítima mortais num comboio de alta velocidade (AVE em Espanha).

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