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Com cabeças assim, bem pode o país ficar descansado???

Tenho acompanhado, com especial interesse, a onda de protestos dos estudantes do ensino superior, de Norte a Sul do país, contra os já anunciados cortes orçamentais. Até aqui tudo bem, o que tenho pena é de ainda não ter ouvido um único estudante dizer de sua justiça e sugerir uma solução alternativa aos ditos cortes. É muito fácil vir para a rua protestar, é bem mais complicado sentar-se à mesa, pensar, e no fim apresentar soluções alternativas.

Numa altura em que até os miúdos da escola primária percebem que o pais não têm dinheiro para nada, é triste ver aqueles em quem o país e os contribuintes investem milhares de euros, para que tenham uma formação dita superior, limitarem-se a ser apenas iguais a milhares de trabalhadores deste país (…). E, porque não quero ser como os outros, gostava de, no caso específico da Guarda, apresentar algumas soluções para a fatalidade dos ditos cortes. O IPG tem estruturas internas que poderiam ser geradoras de capitais, que poderiam financiar em parte a instituição em si, caso, por exemplo, das oficinas de Mecânica, de Engenharia Civil, do laboratório de audiovisuais e outras tais. Para quem não saiba, o IPG tem, por exemplo, dos poucos ou mesmo o único laboratório de análises de água do distrito, tem uma estação meteorológica, tem das melhores oficinas de mecânica do ensino superior deste país. A instituição só teria a ganhar, pois aumentaria as receitas; os alunos só teriam a ganhar com a realização desses mesmos trabalhos, pois aumentariam a componente prática da sua formação, e a população iria igualmente ganhar com os mesmos serviços prestados.

Miguel Alves, Guarda

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