Arquivo

Colecção “Oh mãe…”: uma obra de afectos

Primeira história, intitulada “Oh mãe…Conta lá a história de quando eu era uma estrelinha no céu”, vai ser apresentada na Biblioteca Municipal

A colecção “Oh mãe…”, cujo primeiro livro vai ser lançado no sábado, é muito mais do que um conjunto de histórias para o público infantil. Trata-se, antes de mais, de uma obra de afectos. O projecto reúne duas amigas de infância guardenses, Carla Freire, autora dos textos, e Cláudia Quelhas, a ilustradora, curiosamente também cunhadas, estreantes nestas andanças. A fonte de inspiração é a pequena Joana, filha da escritora, de 6 anos – a idade com que Carla e Cláudia se conheceram.

A colecção “Oh mãe…”, que tem o selo da editora Artez e prevê a publicação de seis livros, é, no fundo, um trabalho a três, explica Carla Freire: «A Joana é, na verdade, a estrela deste projecto», indica. É que a menina de seis anos dá o nome à personagem que vai acompanhar os leitores em todas as histórias. Além disso, os textos são baseados nas muitas frases e expressões «com muita piada» da Joana, que a mãe, advogada de profissão, foi anotando ao longo do seu crescimento, na altura sem qualquer intenção de as transpor para os livros. Foi a partir desses apontamentos que ficcionou as histórias. Até aí ainda só tinha escrito, para si própria, pequenas anotações, poemas e pensamentos.

Depois desafiou a cunhada, arquitecta, a ilustrar os textos desta obra que as duas dizem ser «muito especial». «Nunca tinha ilustrado nenhuma história, mas comecei a fazê-lo e deu-me gozo», conta Cláudia Quelhas. Trabalhar juntas nesta colecção foi fácil para ambas, refere a arquitecta, constatando que se conhecem «muito bem uma à outra», o que faz com que estejam «sempre em sintonia». «Somos como que irmãs», acrescenta Carla Freire.

O livro que vai ser apresentado no sábado na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (16 horas), com o título “Oh mãe… Conta lá a história de quando eu era uma estrelinha no céu”, fala de «maternidade, do nascimento e do surgimento da personagem», revela. A obra assenta na história que inventou para contar à filha e que esta queria constantemente ouvir, na hora de dormir. São 24 páginas e 500 exemplares destinados a crianças do pré-escolar e ensino básico, com muito desenho e cor, que custará 10 euros para o público em geral e 8 para instituições.

Na sessão agendada para sábado, a assistência ouvirá a história pela voz de uma criança. Mas esta não é a primeira vez que vai ser lida em público. O ano passado, por ocasião do aniversário da Joana, Cláudia Freire foi à escola da filha e decidiu brindar os miúdos com o seu texto. «Senti que o projecto podia ter viabilidade quando olhei nos olhos deles e senti que gostaram», lembra a advogada, que espera que o lançamento do segundo livro aconteça já em Março.

O próximo chama-se “Oh mãe… O Afonso giringonço chamou-me Joana banana», revela Cláudia Quelhas. Trata-se de uma história que foi concebida a partir de uma zanga (real) que a pequena Joana teve com o primo Afonso, que é da mesma idade. Já o terceiro terá como título «Oh mãe… Eu não sou velha» e é uma história de irmãs. A autora do texto, mãe de outra menina, de três anos, conta que a ideia surgiu de uma repreensão que deu à Joana. Carla Freire conta que um dia disse-lhe que «como irmã mais velha tinha de tomar conta da Mafalda», ao que a criança reagiu num choro, dizendo repetidamente que não queria ser velha.

As duas amigas têm mais cinco livros na calha

Colecção “Oh mãe...”: uma obra de afectos

Sobre o autor

Leave a Reply