Dificilmente poderia fugir ao tema do monstruoso ataque que ocorreu na Noruega.
A Europa ficou, obviamente, chocada com o acontecimento. Confesso que quando tomei conhecimento da notícia fiquei estupefacto. Na Noruega? Confesso que seria dos últimos países europeus onde esperaria uma situação como esta. Mas, como diz o nosso povo, “No melhor pano cai a nódoa”, infelizmente para os noruegueses.
Anders Breivik veio demonstrar-nos que não estamos seguros, não são só os noruegueses, como todos os europeus amantes da liberdade e dos ideais de tolerância tão característicos da Europa.
Por causa de um louco perderam-se vidas, vidas jovens, o que torna tudo isto ainda mais macabro.
Não consigo compreender como alguém que se auto-intitula de xenófobo e racista, escolhe como vítimas dos seus atos os seus iguais.
Sendo eu, por formação e por convicção, um confesso defensor da não aplicação da pena de morte, em momentos como este dou por mim a questionar-me se animais como este merecem viver…
Outro assunto ao qual não poderia deixar de dedicar algumas linhas desta crónica é a eleição de António José Seguro enquanto Secretário Geral do meu Partido.
Não sendo eu adepto da teoria que o novo Secretário Geral é de cá, a realidade é que é militante cá e mantêm laços afetivos reais com muitos militantes de cá. A realidade é que, podendo já ter transferido a sua militância, optou sempre por a manter aqui o que faz com que, pela primeira vez, um partido político tem como principal figura alguém com ligações reais à Guarda.
Será que podemos esperar algum benefício desse facto? Claro que não, a não ser o facto de poder fazer chegar as nossas expectativas e reivindicações de uma maneira mais efetiva.
Depois de uma derrota pesada sofrida nas últimas legislativas, o Partido Socialista precisa de se recolocar no panorama político português, para se poder constituir o mais rapidamente possível como uma alternativa ao atual Governo.
Acredito que António José Seguro é neste momento o homem certo para fazer esse trabalho, assim como um homem capaz de fazer um trabalho interno sério, capaz de devolver a credibilidade ao PS junto da população. Esse é, na minha opinião, o seu maior desafio: “limpar” a casa.
Do PS, no atual estado em que o país se encontra, espera-se que seja capaz de fazer uma oposição construtiva, colaborante quando o interesse nacional o exija, firmemente contra quando a matriz ideológica do PS o exija. De António José Seguro espera-se que seja um líder com firmeza na defesa das suas, nossas, convicções, mas com flexibilidade e diplomacia para encontrar as pontes que se exigem na atual situação política.
Esta candidatura apresentou-se aos militantes com o slogan “O Novo Ciclo”, assim espero que seja, um novo ciclo para o PS, o inicio de um novo ciclo para o país e um ciclo que possa inspirar os socialistas europeus a fazer desta União Europeia cada vez mais neo-liberal, descaracterizada e desumanizada, uma União Europeia que retome o espírito dos seus fundadores, isto é, a construção de uma Europa que tenha o bem estar dos seus cidadãos como objetivo e não, como atualmente com a liderança de Durão Barroso, a submissão aos mercados e ao capital.
Mas acima de tudo, espero que esta liderança do PS, se afirme pela diferença na modo de estar e de fazer política.
Por: Nuno Almeida
* Presidente da concelhia da Guarda do PS