Arquivo

Coisas…

Aqui há umas semanas escrevi um texto dedicado à propaganda. Sentia-se nessa altura uma necessidade muito grande por parte dos actuais responsáveis pelo hospital em fazer alarde de feitos mais ou menos grandiosos, que, quem sabe, talvez viessem a perpetuar o seu nome (o nome deles) na história contemporânea da cidade.

No momento em que escrevo estas linhas, constato com preocupação que o nosso hospital passa talvez por uma das suas fases mais críticas. O principal problema reside, no entanto, na recusa por parte do conselho de administração em assumir o seu fracasso, a inexistência de um projecto e o custo que o enfeudamento político vai custar ao hospital, aos seus funcionários e principalmente às pessoas que dele necessitam todos os dias.

Os erros gravíssimos cometidos relativamente ao serviço de Radiologia (o tal serviço de “excelência” do presidente da ARS), levaram a que, podendo o hospital dispor de 3 médicas garantindo dessa forma o apoio à urgência durante as 24 horas do dia, esteja neste momento a funcionar sem qualquer médico, pelo menos desde que a jovem contratada meteu baixa por doença. Solução: doentes atrás de doentes a caminhar para a Cedir, ao frio e à chuva e outros tantos a fazer os 150 Km até Coimbra. A esta realidade o director clínico diz… nada.

A tão propagandeada vinda de pediatras nunca passou, como toda a gente sabe, de uma manobra de diversão destinada a exaltar os méritos do PPD, enquanto se denegriam os anteriores responsáveis, quando é público que a crise de pediatras é geral atingindo não só os pequenos como os grandes hospitais do litoral. Os riscos de encerramento da urgência pediátrica ou até da própria maternidade são evidentes e eminentes, já que o serviço de pediatria se encontra outra vez reduzido à sua expressão mais simples. A este risco a senhora directora diz… nada.

O tão badalado novo bloco de partos (alvo de notícias de primeira página há umas semanas), continua coxo mantendo-se encerrada a sala de operações e com mil e uma vozes a ditar sentenças. A este pequeno pormenor, aqueles senhores dizem… nada.

De cada vez que chove, o edifício mete água por todos os lados. Bloco operatório incluído. Não consta que a culpa seja de quem lá manda agora. É apenas da chuva, que não tinha nada que cair em Dezembro.

O veículo da Unidade Móvel de Oftalmologia continua parado à espera que paguem a quem o quer conduzir. A esta questão responde Mestre Cunha com analogias automobilísticas de veículos de alta cilindrada.

Há mais, muito mais, mas não cabe aqui.

Confrange olhar para aquele conjunto de pessoas, desajeitadas e pouco hábeis, agarradas que nem lapas ao lugar que lhes dá aqueles 15 minutinhos de fama.

Termino como há 15 dias: Dra. Ana Manso, explique lá!

Por: António Matos Godinho

Sobre o autor

Leave a Reply