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«Coimbra tem D. Pedro e D. Inês, nós temos D. Sancho e a Ribeirinha»

Cara a Cara – Entrevista

P – Apesar da Guarda ser uma cidade-montanha não tira muito partido desse facto. Como é que poderá fazê-lo?

R – Isso não acontece de facto. Por uma razão muito simples: os concelhos estão sempre de costas voltadas uns para os outros. Só podemos aproveitar a Serra da Estrela se as sinergias de todos os municípios estiverem viradas para o mesmo lado. Mas, para que isso aconteça, é preciso reunir esforços e projectos conjuntos, com diversidade, para não apostarmos na mesma potencialidade.

P – Como poderemos aproveitar os nossos recursos?

R – Apostando no turismo natural, nos desportos radicais ou no eco-turismo. Delineando percursos pedestres, os quais ainda não existem. Também podemos aproveitar as pistas artificiais, o campo de golfe e as nossas paisagens. Fazer percursos de todo-o-terreno sem estragar a serra, claro. Ou seja, aproveitando todo o nosso património natural e não só.

P – O que falta para atrair os turistas?

R – Promover. A maior parte das pessoas não conhece o interior, não sabe que é bonito e que a nossa gastronomia é maravilhosa. Nos últimos tempos, não tem havido uma aposta forte na promoção da Guarda e esse vai ser o nosso caminho. Já há alguns projectos. No entanto, debatemo-nos com os custos, porque uma boa campanha é muito dispendiosa. Mas vamos tentar equilibrar forças e arranjar os fundos necessários através de candidaturas. Já temos preparada uma promoção forte e agressiva a nível nacional, mas só vai arrancar para o próximo ano, por causa do seu custo elevado. Nessa altura já será exequível com uma candidatura ao novo Quadro Comunitário.

P – O que tem sido feito para vender a imagem da Guarda?

R – Temos participado em várias feiras, onde mostramos o nosso artesanato, o património histórico, as cerejas, chás da Quinta da Maúnça, plantas aromáticas locais, entre tantos outros produtos. Também levamos vídeos e fotografias, algumas das quais da cidade coberta de neve. Para além destas iniciativas promocionais, também foi publicada uma publireportagem sobre a Guarda na revista da TAP (Atlantis), que foi distribuída em todos os aviões nos meses de Janeiro e Fevereiro, com o apoio da Região Turismo da Serra da Estrela. Entretanto, a autarquia também promoveu um encontro na cidade, que juntou cerca de 120 operadores turísticos. Os participantes foram presenteados com uma visita guiada pelo concelho e pela região, pelo que ficaram a conhecer melhor o produto que vendem nas suas agências. A maioria conhecia os hotéis que vendiam aos clientes, mas não a envolvente.

P – Que tipo de apostas e que pólos de afirmação turística podem ser criados?

R – Para já, estamos a elaborar vários guias. Está quase pronto o guia natural. E há outras rotas a serem preparadas. Devemos apostar no turismo cultural, porque as pessoas vêm ao Teatro Municipal da Guarda ver espectáculos por um fim-de-semana e aproveitam para tirar proveito da cidade. Depois, devemos associar o turismo cultural ao histórico e patrimonial, pois temos monumentos e história que a maioria das pessoas não conhece. Coimbra tem D. Pedro e D. Inês, nós temos D. Sancho e a Ribeirinha, além da Judiaria, que nos próximos quatro anos vai ser alvo de uma reabilitação.

P – O que é feito da tenda promocional que a Guarda adquiriu para divulgar a cidade?

R – Já por algumas vezes tentei utilizar a tenda, em vez de alugar um “stand”. Mas o que me foi dito é que a sua colocação é complicada, o piso tem que ser muito regular e funciona com um sistema de ar quente. Além de ter um limite de entrada de visitantes. Por isso, para aquilo que nós quisemos, ainda não foi possível utilizar, pois não se torna útil. Mas poderá sê-lo noutras iniciativas.

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