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Cirurgia Laparoscópica aplicada a mais patologias

Técnica cirúrgica já é praticada há mais de 10 anos no Hospital da Guarda

Tudo estava pronto, na manhã do passado sábado, para uma intervenção cirúrgica laparoscópica do cólon. Em tudo igual a tantas outras, não fosse a operação ser feita num porco e para pôr em prática a teoria do primeiro curso homónimo, organizado pelo serviço de Cirurgia Geral do Hospital Sousa Martins, na Guarda.

A cirurgia decorreu numa clínica veterinária da cidade e reuniu oito médicos, auxiliados por 10 enfermeiros do Bloco Operatório do hospital. «Isto é tudo a sério», anunciou um especialista, enquanto Paulo Correia, director de serviço de Cirurgia e um dos formandos, lá foi explicando que esta formação serviu para os profissionais de saúde adquirirem «experiência na instrumentalização» deste tipo de cirurgia. «Foi feita a extracção de parte do intestino grosso, utilizando a cirurgia laparoscópica», adianta o cirurgião, esclarecendo que «o que fazemos no Homem foi treinado no porco». A operação ao cabo de duas horas depois e correu «tudo muito bem», congratula-se o médico. O curso serviu «para conviver com outros especialistas com mais experiência neste tipo de cirurgia e, desta forma, aplicarmos melhor a técnica», ressalva Paulo Correia. Esta formação destinou-se aos médicos do serviço de Cirurgia da Guarda, mas também aos enfermeiros, a estudantes de Medicina e de Enfermagem, tendo participado cerca de 200 profissionais. O dia de sexta-feira foi dedicado à parte teórica, tendo sido debatidos temas como os tumores do Cólon e Recto, o papel de enfermagem na Cirurgia Colorectal ou o tratamento cirúrgico da doença Colorectal. Durante a tarde foi transmitida ao vivo uma cirurgia Laparoscópica Colorectal.

Já no sábado foi colocada em prática a teoria. No entanto, esta prática cirúrgica já é realizada no Hospital da Guarda há mais de 10 anos. Primeiro começaram pela Colecistectomia Laparoscopica, que consiste «em retirar a vesícula com cálculos», vulgarmente conhecida por “pedras da vesícula”, indica o médico. Depois o serviço prosseguiu com as cirurgias laparoscópicas referentes a outras patologias. No final da década de 90 avançaram com o tratamento das hérnias inguinais. Há cerca três anos começaram as intervenções cirúrgicas para tratamento da obesidade mórbida, única e exclusivamente, baseados na gastroplastia com banda, vulgarmente chamada de banda gástrica. Já no final do ano passado, o serviço começou a tratar a hérnia do hiato esofágico. E o próximo passo consistirá em aplicar esta cirurgia a outras patologias, nomeadamente «na patologia benigna e nalguma maligna do cólon, vulgarmente designado por intestino grosso», anuncia Paulo Correia. Daí, o «importante» contributo do curso. Desde 2004 que a Cirurgia do Sousa Martins vêm dado os primeiros passos na especialidade bariátrica, com o apoio da Unidade de Videocirugia do Hospital São José. «Para já os objectivos estão a ser alcançados», garante o responsável, revelando que a lista de pacientes é grande, mas mantém-se «estável». De resto, o serviço só tem capacidade para realizar uma média de 40 a 50 cirurgias por ano, o que tem sido alcançado: «No ano passado foram colocadas 40 bandas gástricas», indica.

Patrícia Correia

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