Alegria e entusiasmo. Foram estes os sentimentos estampados nos rostos das 381 crianças que na última segunda-feira “invadiram” o Teatro-Cine da Covilhã para visionarem os seus filmes realizados no âmbito do Cinescola, um projecto desenvolvido ao longo do último ano pelo Cine Clube da Beira Interior (CCBI) para dar formação cinematográfica aos mais novos.
“A Quinta”, “A Prenda”, “A Nuvem e o Sol”, “A Vida das Folhas”, “A Viagem da Maçã”, “A Rã e o Caracol”, “Robots no Espaço”, “Mundo Desconhecido” e a “A Ilha dos Animais” foram os filmes de animação que resultaram dos “workshops” realizados junto de 167 alunos das escolas básicas da Atalaia, Terlamonte, Peso, Vales do Rio, Canhoso, Teixoso, Vale Formoso e Coutada, no concelho da Covilhã. Apoiado pela autarquia local e pelo Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM), o Cinescola «é para continuar» ao longo deste ano, garante a vereadora da Cultura, Maria do Rosário Rocha, desde que as escolas mostrem interesse em receber a actividade. «Cabe aos professores verem se a actividade se enquadra no programa», sublinha a vereadora, realçando a importância da actividade no desenvolvimento da «capacidade de análise e de organização» dos mais jovens, para além de estar a «formar o futuro público» das salas de cinema.
Apesar de estar visivelmente satisfeito por ter conseguido atingir os «objectivos» do projecto, o presidente do CCBI, Frederico Lopes, apontou a necessidade de se encontrar uma «nova etapa para que os miúdos percebam a fase final do filme», ou seja, a edição. É que até agora, e apesar dos três anos do projecto, os alunos apenas participam na criação da história, enquanto o resultado final do filme apenas é visionado em cerimónias como a que decorreu segunda-feira no Teatro-Cine. Um outro desafio será proporcionar aos alunos «um “workshop” de 15 dias numa escola para fazerem todas as etapas do projecto», salienta. Para além disso, o presidente da associação cineclubista pretende ainda estender a iniciativa aos municípios do Fundão e Belmonte e «alargá-lo» às escolas secundárias da Cova da Beira. O objectivo é «usar o mesmo modelo, mas adaptado às escolas secundárias, que estão mais bem equipadas», explica. O ensino superior é outra aposta do CCBI na área da formação, pelo que já foi assinado um protocolo com a Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) de Castelo Branco para a realização de um atelier de cinema de animação e “vídeo-jamming”. O único senão nesta aventura continua a ser a falta de instalações. Terminado o protocolo com o Teatro das Beiras em Setembro último, em cuja sede exerciam a actividade, o CCBI ficou sem um espaço para arrecadar o equipamento cinematográfico e desenvolver as suas actividades. Entretanto, Maria do Rosário Rocha já manifestou a disponibilidade da autarquia covilhanense para resolver este impasse.
Liliana Correia