A iniciativa “Cine’Eco todo o ano” está exibir nas freguesias daquele concelho alguns dos documentários mostrados no Festival de Cinema de Ambiente da Serra da Estrela.
Assim, amanhã à noite no Sabugueiro será projetado ao ar livre o filme “Muito Além”, de Mário Gomes, que recebeu o prémio “Camacho Costa” na edição do ano passado. Já no sábado a sessão, também ao ar livre, realiza-se em S. Romão com “Lanifícios.Doc”, do senense Luís Silva. O documentário retrata parte da história e o declínio da indústria dos lanifícios nos concelhos de Manteigas, Gouveia e Seia. Para dia 24, ainda em São Romão, está programada a exibição de outro documentário. Trata-se de “Sinfonia Imaterial”, de Tiago Pereira, que integrou a programação do Cine’Eco 2011 e que é um repositório de dizeres e cantares populares, numa recolha estritamente etnográfica. O “Cine’Eco todo o ano” começou no passado domingo em Paranhos da Beira com “Na diáspora, os lusos na Argentina”, de Fernando Moura, que passou no festival de 2008.
Neste filme, o realizador – filho de um natural daquela vila que emigrou para a Argentina em 1962 – mostra como é que os portugueses vivem naquele país. Segundo uma nota da organização do Cine’Eco, 48,4 por cento dos emigrantes portugueses residentes em Escobar são naturais do distrito da Guarda, dos quais 37 por cento nasceram no concelho de Seia e a grande maioria de Paranhos da Beira. O primeiro emigrante de Paranhos da Beira chegou a Escobar em 1929. Este trabalho fez parte da tese de doutoramento de Fernando Moura na Universidade Nova de Lisboa, intitulada “Construção da identidade de uma comunidade imigrante portuguesa na Argentina (Escobar) e a comunicação social”.
