Sucessor de António Saraiva conseguiu 704 votos contra 562 de Alexandre Lote e diz que «agora todos temos a responsabilidade de trabalhar para que esta vitória se transforme em vitórias para o distrito da Guarda».
Bastou a Pedro Fonseca ganhar em cinco concelhias para ser o novo presidente da Federação do PS da Guarda. A maioria das secções votou em Alexandre Lote, mas o guardense foi dominador em Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Seia e Vila Nova de Foz Côa. Na quinta-feira a diferença entre os dois na segunda volta foi de 142 votos, um pouco menos que os 153 votos obtidos pelo guardense em Celorico da Beira.
O sucessor de António Saraiva conseguiu 704 votos contra 562 de Alexandre Lote – houve ainda 6 votos brancos e 4 nulos entre os 1.666 inscritos – e promete trabalhar para «construir as pontes necessárias para que o PS se possa fortalecer e funcionar como um partido que orgulhe os militantes e tenha uma boa imagem junto da sociedade civil», disse Pedro Fonseca. Com 37 anos e dois de militância socialista, o atual vereador da Câmara da Guarda admitiu que este é o princípio de uma «nova era» na Federação mas que se fará com todos. «Esta vitória não é minha, é do PS e agora todos temos a responsabilidade de trabalhar para que esta vitória se transforme em vitórias para o distrito da Guarda», referiu o novo líder, que espera «colaboração» de Alexandre Lote e José Luís Cabral. «Vou reunir com os dois para construir as pontes necessárias para o fortalecimento do partido e não tenho constrangimento nenhum em aproveitar as boas ideias das suas moções porque só faltava agora que a minha moção fosse uma cartilha», reforçou Pedro Fonseca.
De resto, o primeiro teste do presidente recém-eleito está marcado para o congresso federativo de 7 de abril. Mas Pedro Fonseca sacode a pressão dizendo que «seremos todos postos à prova porque estamos empenhados na construção de um PS forte e à altura dos desafios que se avizinham». Por sua vez, Alexandre Lote considerou que o resultado de Celorico da Beira foi «decisivo» na eleição de Pedro Fonseca e não duvida que esta tendência também surtirá efeito no congresso. «Pelo que aconteceu, é natural que esteja em minoria tendo em conta o somatório dos delegados de Pedro Fonseca e José Luís Cabral», antecipou o vice-presidente da Câmara de Fornos de Algodres, que garantiu que saberá «respeitar a vontade dos militantes e a maioria que ganhou». Contudo, o dirigente avisa que vai apresentar uma lista para a Comissão Política Distrital onde espera ver refletidos os seus resultados eleitorais. E reitera que vai trabalhar pela união dos socialistas. «Estarei disponível para dar o melhor de mim para termos os melhores resultados nas europeias e nas legislativas», sublinhou Alexandre Lote, de 34 anos.
No final de um mandato que «não foi fácil», António Saraiva considerou, por sua vez, que o novo presidente da Federação tem «um grande desafio pela frente que não é fácil e vai ter que lutar imenso pelo distrito e por fazer vingar a moção que propôs». Além disso também terá que criar união: «No meu mandato demos um passo muito grande nesse sentido. É preciso agora que os militantes reconheçam os líderes para construirmos um partido mais unido e coeso», acrescentou, lembrando que haverá novas eleições daqui a dois anos.
Luis Martins