A recente novela envolvendo as auto-desalojadas famílias ciganas do bairro da Quinta da Fonte é repugnante.
Repugnou-me ter visto um bando de energúmenos de armas em riste, aos tiros, em pleno dia num bairro deste meu país; Repugnou-me a cobertura mediática que estes indivíduos tiveram e continuam a ter por canais respeitáveis (RTP), menos respeitáveis (SIC) e indignos de respeito (TVI), que enjoaram o país com directos em todos os telejornais, dias a fio, a partir dos jardins fronteiros à C.M. Loures, dando cobertura e vitimizando os “coitadinhos” dos ciganos, forçando o irredutível presidente da câmara ou a governadora civil a encontrarem novas casas para suas excelências! Um dos pistoleiros teve o desplante de dizer que as autoridades deveriam dar-lhes condições de segurança para voltarem às casas, porque naquele bairro há muita insegurança. Eu acredito que, enquanto eles estiverem ‘out’, a segurança vai estar ‘in’.
Revolta-me pensar que há tanta gente por este país dentro, com grandes dificuldades e sem um tecto decente onde abrigar-se, e vêm estes tipos, com toda a cobertura dos órgãos de comunicação social, reclamar outra casa aos contribuintes, quando nunca cumpriram o mínimo, que seria pagarem as rendas miseráveis, água e electricidade a que estavam obrigados, das casas que, por pró-activa má vizinhança, se viram forçados a abandonar.
Como disse António Barreto, a integração das etnias também passa por estas abdicarem de muitos dos seus costumes, passando a ser romanos em Roma. As minorias étnicas têm que se adaptar aos nossos costumes, porque é cá que vivem e é cá que lhes damos melhores condições de vida, a troco de nada. Muitos nem se esforçam por se integrar, nem deixam os seus filhos fazê-lo, preferindo enquistar-se, deixando a ‘infecção social’ crescer até rebentar, como foi o caso.
Terão sido estes os bons vizinhos e os negros os maus da fita? Ou, será que o tráfico de droga deixou de ser o seu monopólio lá no bairro? Querem outra casa? Paguem-na.
A medida iniciada por Guterres, do Rendimento Social de Inserção (RSI), foi um tiro que saiu pela culatra. À boa maneira portuguesa logo houve quem se aproveitasse da situação para viver à nossa custa, sem (e sublinho) dar nada em troca, nada! Há tanta mata para limpar, tanta limpeza para fazer, tanta coisa para construir ou reconstruir, que poderia ser feita por esta gente, de forma a sentirem-se úteis e uma parte integrante da sociedade, mas não, foi preferível atirá-los para bairros-gheto, sem nada para fazer que não seja o tráfico, o álcool, o comer, o reproduzir-se e o dormir, fornecendo-lhes, pontualmente, o cheque do RSI. O politicamente correcto é, na grande maioria das vezes, o socialmente injusto. Que alguém tenha a coragem do primeiro-ministro Australiano, o qual, dirigindo-se aos muçulmanos aí residentes e à sua, crónica, resistência à aculturação, disse: “Enquanto viverem aqui, deverão seguir as nossas regras e obedecer às nossas leis. Quando não estiverem bem, a porta está aberta, são livres de voltar para os vossos países de origem.”
Por cá, na ausência de um verdadeiro sentido de Estado, e com aquela cantiguinha com que o nosso Primeiro nos vai embalando, rodeado de um bando de ‘yesmen’, com uma Administração Interna, tipo, Corneto soft, e um Presidente da República inexistente, o nosso país vai ficando refém, aqui e ali, de uns bandos de borra-botas que o vão fazendo vergar aos seus desejos, desviando as atenções do quotidiano de uma imensa e empobrecida classe média, que, a muito custo, cumpre com os bancos, a tarefa hercúlea de ter casa própria e luta por ganhar o pão, não esperando nada mais do seu país do que impostos para pagar ou, em alternativa, a penhora electrónica dos seus bens e magros ordenados. É o país dos dois pesos e duas medidas onde, politicazinhas feitas por politicozinhos, num país de brandos costumezinhos, só servem a quem, desde sempre, se habituou ao subsidiozinho.
Por: José Carlos Lopes