Arquivo

Cidade cultural à espera da biblioteca

Concurso para aquisição de material informático anuncia última fase do projecto na Quinta do Alarcão

A Guarda espera pela conclusão da futura Biblioteca Eduardo Lourenço para se assumir como cidade cultural. E a “sagração” está próxima, segundo Virgílio Bento, que, na semana passada, levou à reunião de Câmara a abertura do concurso público, orçado em cerca de 94 mil euros, para aquisição de material informático e “software” a instalar no edifício em construção na Quinta do Alarcão. «Vamos entrar na última fase do projecto, que é o equipamento», refere.

Para tal, foi necessário que o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB) aprovasse esta candidatura, o que aconteceu no início do mês e vai garantir uma comparticipação da ordem dos 50 por cento. «É um financiamento extra ao inicialmente acordado, que se destinava apenas à construção, ao mobiliário e à aquisição de obras», adianta o vereador com o pelouro da Cultura. O também vice-presidente da autarquia considera que o “assunto biblioteca” está resolvido: «Por um lado, a taxa de execução dos fundos do INTERREG nesta obra anda na ordem dos 75 por cento e, por outro, vimos mais uma vez prolongado o prazo para a sua utilização até Dezembro de 2007. O que quer dizer que todos esses fundos serão gastos integralmente na biblioteca, o que para nós representa um alívio. Portanto, não houve qualquer desperdício de apoios, como temíamos», sublinha. Recorde-se que a autarquia esteve na iminência de perder mais de um milhão de euros se não concluísse a biblioteca até final de Dezembro de 2006. A empreitada já devia estar terminada há mais de um ano, mas a falência do primeiro empreiteiro quase deitou tudo a perder. No final de 2005 a obra foi adjudicada à Condop, que a levou a bom porto.

O projecto está orçado em mais de 1,7 milhões de euros, 600 mil dos quais comparticipados pelo Ministério da Cultura, através do IPLB. É o último equipamento que falta para concretizar a ideia da Guarda como cidade de Cultura, a par do TMG e do Centro de Estudos Ibéricos (CEI), ali ao lado. Uma das principais atracções da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço reside na ligação permanente ao enormíssimo espólio das bibliotecas das Universidades de Coimbra e Salamanca, neste caso são 600 mil livros disponíveis a partir da Guarda. Mas há mais trunfos, nomeadamente parte do espólio do pensador e filósofo natural de São Pedro de Rio Seco. «Vamos reunir em Março para definir o que vem para a Guarda», revela Virgílio Bento, anunciando ainda que o espólio da Fundação José Carlos Godinho de Almeida, sediada na Guarda, também irá pertencer, «em princípio», à biblioteca. Para além disso, a candidatura inicial ao IPLB já inclui uma verba de cerca de 400 mil euros para fundos documentais nos próximos cinco anos. «É um montante tencionamos gastar na renovação e actualização de todo o espólio», acrescenta o vereador. De resto, a novo edifício vai acolher o património da biblioteca actual, detentora de um espólio importante «ao nível do século XIX», afirma. «Será um importante espaço de saber na região», afiança Virgílio Bento.

Luis Martins

Sobre o autor

Leave a Reply