Uma nova empresa vai ser criada no Fundão para comercializar a cereja da região, adiantou o presidente da Cercobe – Associação de Produtores de Cereja da Cova da Beira, Marques Francisco. A escritura pública da Cerfundão depende apenas da ultimação dos estatutos, o que deverá acontecer «nas próximas semanas», referiu aquele responsável.
A criação da nova empresa deve-se ao facto da Cercobe não ter capacidade para comercializar a cereja colhida pelos 380 associados e que, em valores médios, chega a 6,4 das 8.000 toneladas produzidas anualmente na Cova da Beira. «Nunca tivemos essa vocação e temos vindo a verificar que é onde se regista o principal estrangulamento para escoar a cereja», explicou Marques Francisco, acrescentando que a Cercobe «não tinha capacidade financeira, por si só, para criar uma nova empresa, pelo que convidámos várias outras entidades que já se associaram para formar a Cerfundão». Além da Cercobe, fazem parte da sociedade a Câmara do Fundão, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, as Juntas de Freguesia da área de produção de cereja e a Associação de Protecção Integrada do Zêzere (Apizêzere), decorrendo ainda negociações com a Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira.
A Cerfundão terá um capital social de 250 mil euros e vai apresentar um projecto de investimento ao programa de financiamento Agro, para aquisição de equipamentos e montagem em instalações a alugar na zona industrial do Fundão. Um investimento que pode chegar a um milhão de euros, sublinhou Marques Francisco, revelando que a percentagem de comparticipação do programa AGRO «depende de vários factores a avaliar na candidatura, mas ficará abaixo dos 50 por cento». O equipamento a adquirir inclui máquinas de calibragem de fruto (para separação consoante os seus tamanhos), câmaras de frio e equipamento para embalar a cereja, entre outros. «Queremos ter a melhor tecnologia para ter bons resultados. No que respeita à calibragem, por exemplo, vamos fazer com que a separação seja feita não só por tamanhos, mas também por cor», afirmou Marques Francisco. Os promotores estimam que o desenvolvimento do projecto vai demorar, «pelo menos», um ano.