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Cerejas mais caras do Fundão vendidas por 300 euros

O montante conseguido no leilão será agora investido no Fundo de Investigação da Cereja do Fundão, na área da saúde e bem-estar

A época da cereja já arrancou na Serra da Gardunha. Os primeiros frutos deste ano foram leiloados por 300 euros, numa iniciativa que decorreu em Lisboa na passada quinta-feira, e foram licitados por cerca de 150 pessoas.

Numa ação que marcou o início da campanha de 2017 e que pretendia angariar fundos para promover a investigação em torno da cereja, aplicada à saúde e bem-estar, o chef Vítor Sobral abraçou a causa e pagou 150 euros por quilo. As licitações efetuadas triplicaram o valor base de lançamento (100 euros), o que é o «reflexo da valorização que a cereja do Fundão tem alcançado enquanto marca», considera a responsável do Clube de Produtores do Fundão. Marta Couto confessa que esperava atingir esse valor, mas acrescenta que os promotores tinham algumas dúvidas quanto à adesão das pessoas: «Temos noção que este não é o valor da cereja. Tínhamos receio que as pessoas não se envolvessem nesta causa», adianta a responsável, revelando que a caixa de dois quilos foi arrematada por 300 euros, num tempo recorde de «um minuto e pouco». Também a licitação final de Vítor Sobral “apanhou” a organização de surpresa.

Marta Couto explica que o chef «é, há dois anos, um parceiro e embaixador dos produtos do Fundão e tem feito um trabalho de valorização e promoção, incluindo da cereja», acrescentando que não estavam, de todo, à espera que também ele participasse neste leilão. O montante arrecadado será agora investido no Fundo de Investigação da Cereja do Fundão, na área da saúde e bem-estar. Este fundo visa apoiar a pesquisa e os estudos desenvolvidos por alunos do Politécnico de Castelo Branco e da Universidade da Beira Interior, a pedido do município do Fundão. Os primeiros trabalhos já realizados permitiram concluir que a cereja possui propriedades «propícias ao tratamento e prevenção de algumas doenças, nomeadamente do cancro da próstata», adianta Marta Couto. Esta investigação está a ser financiada pela autarquia e foi nesse sentido que surgiu a ideia de criar iniciativas, como este leilão, para angariar verbas para se continuar a investir neste domínio.

A iniciativa promovida na passada quinta-feira, no Palácio da Memória, foi organizada numa parceria entre a Câmara, o Clube de Produtores e a Cerfundão, tendo sido ainda aproveitada para apresentar as ações de marketing previstas para a campanha deste ano. Um quiosque móvel com produtos derivados de cereja – em Lisboa, Porto e Macau –, a Festa da Cereja (de 9 a 11 de junho), a Rota Gastronómica da Cereja (de 16 de junho a 2 de julho, em Lisboa e Porto) e a distribuição do “ouro vermelho” em voos da TAP e da SATA são algumas das várias iniciativas agendadas para os próximos meses e que visam, segundo Marta Couto, «promover e valorizar o nosso produto e a nossa região».

Chef Vítor Sobral, acompanhado pelo autarca do Fundão (à direita)

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