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Centro de Interpretação da Batalha de S. Marcos vai avançar

Projecto envolve a Câmara de Trancoso e a Fundação Batalha de Aljubarrota

A construção do Centro de Interpretação da Batalha de S. Marcos vai mesmo concretizar-se. O local daquela batalha, que ocorreu no dia 29 de Maio de 1385 a Sul da agora cidade, foi recentemente visitado por Júlio Sarmento, presidente da autarquia, e pelo arquitecto Rui Cardoso, que assina o projecto que pretende revitalizar aquele local histórico. Esta terça-feira, a Fundação Batalha de Aljubarrota (FBA) reafirmou que poderá participar no projecto.

Em pleno Campo de S. Marcos, Rui Cardoso apresentou os seus planos ao executivo trancosense, que apostam na valorização do «papel visual e cativador do imaginário do visitante» que a cidade e o seu castelo desempenham, até ao local onde portugueses e castelhanos se defrontaram. Ali, um sistema multimédia vai reconstituir a peleja, para além de uma recriação ao vivo para que os visitantes compreendam os acontecimentos desse dia que acabou por ser decisivo na História de Portugal. Serão ainda expostos os objectos encontrados no decorrer das escavações efectuadas naquela área e haverá um espaço comercial. Para Júlio Sarmento, o futuro Centro será «mais um elemento importante que enriquecerá o já rico património monumental de Trancoso». Este equipamento também possibilitará a realização de pesquisas arqueológicas que facilitem um melhor conhecimento daquele terreno e ponham a descoberto mais eventuais vestígios da refrega ocorrida junto à capela de S. Marcos, onde ainda hoje se realiza uma romagem a 29 de Maio, feriado municipal de Trancoso.

Esta terça-feira, Isabel Athayde Cordeiro, assessora de imprensa da FBA, adiantou que a Fundação poderá «vir a participar na construção dos centros de interpretação das batalhas de Atoleiros e Trancoso». Para Júlio Sarmento, este é um projecto «com grande significado histórico, cultural e monumental». Aludindo aos três projectos referidos pela FBA, o autarca reafirmou a relevância daquelas que foram «importantes batalhas portuguesas e da Europa». Historicamente, as três devem ser vistas no conjunto da crise de 1383-85, que culminou com a vitória dos portugueses em Aljubarrota a 14 de Agosto de 1385, seguindo-se a coroação de D. João, Mestre de Aviz, como Rei de Portugal.

Recorde-se que a 21 de Outubro de 2004 – após o campo da Batalha de S. Marcos ter sido classificado Monumento Nacional pela então ministra da Cultura, Maria João Bustorff –, a Câmara de Trancoso celebrou um protocolo com a FBA, estabelecendo uma parceria que visava a recuperação, requalificação e valorização do local. José Afonso, responsável pelo então Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) de Castelo Branco, colocou, então, o planalto de S. Marcos à altura de Aljubarrota, «ambos com grande significado para a independência nacional».

Igor de Sousa Costa

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