O posto de manutenção da estação de Barca d’Alva vai ser transformado, no próximo ano, num Centro de Interpretação Ambiental. A Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo assinou recentemente um protocolo de concessão daquele edifício com a REFER – Rede Ferroviária Nacional e está disponível para comprar ou concessionar os restantes. Por enquanto, a empresa ainda só disponibilizou um.
Trata-se de um imóvel que servia outrora para apoio e manutenção das máquinas e do material circulante naquela linha, desactivada desde os anos 80. Agora a autarquia, conjuntamente com o Instituto de Conservação da Natureza (ICN), vão colaborar para transformar aquele espaço num posto de recepção dos turistas, «mas virado para a valência ambiental», adianta António Edmundo, vice-presidente do município. Um primeiro passo para que no futuro todos os outros sejam recuperados e sirvam para potencializar o desenvolvimento turístico da região. Está nomeadamente previsto o aproveitamento do edifício principal da estação para «uma estalagem ou grande hotel», refere. Por um lado, a criação deste centro vai obrigar a que qualquer investimento na região tenha em conta objectivos comuns, como o desenvolvimento ecológico ou ambiental, dado Barca d’Alva estar inserida no Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), «que é uma mais-valia e não uma bandeira qualquer», constata o autarca.
António Edmundo acredita que a localidade se situa no «ponto ideal» para dar a conhecer o património e as potencialidades do concelho. Os documentos da concessão já foram formalizados e no próximo mês a autarquia tomará posse do imóvel. O contrato é válido por dez anos, renovável por períodos sucessivos de um ano. O edil não hesita em classificar esta aquisição como «um passo importante para o desenvolvimento turístico da região». A primeira fase vai servir para recuperar o degradado edifício, «para que não se danifique ainda mais», depois o projecto será candidatado ao programa Interreg. «Vamos começar já com esta obra, que será um investimento âncora tal como foi o cais turístico-fluvial há uns anos», acredita. O Centro de Interpretação custará cerca de 600 mil euros e será a «grande sala de entrada» no PNDI, que tem tido algumas dificuldade em promover-se como um destino turístico. Será ainda um incentivo para que os empresários invistam no complexo ferroviário. De resto, o município está disponível «quer para concessionar, quer para comprar», avança o autarca, tendo já encetado negociações com a REFER, por enquanto sem resultados. É que a concessionária escusa-se a ceder a totalidade dos edifícios da estação de Barca d’Alva na expectativa de recuperar a linha férrea. Contudo, mesmo que seja reactivada, António Edmundo garante que «nunca será necessário um edifício daquela envergadura só para dar assistência aos passageiros».
Patrícia Correia