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Centro de Artes e Ofícios vai nascer na antiga Moagem do Fundão

Concurso público será dividido em duas fases devido ao custo de 5 milhões de euros que implica a recuperação do edifício

«Mais rico, mais abrangente e com novas valências» é como Manuel Frexes define o projecto final para a recuperação da antiga Casa da Moagem, apresentado na última quinta-feira ao executivo camarário. O edifício de «referência» da arqueologia industrial da cidade, em avançado estado de degradação, vai ser «rapidamente» alvo de um concurso público para ser «devolvido à cidade», o mais tardar em 2005, como o futuro Centro de Artes e Ofícios do Fundão, adianta o edil.

A criação de novas valências é, aliás, a «grande diferença» em relação ao projecto apresentado em Junho último, sublinha Miguel Correia, arquitecto responsável. Através da preservação dos dois edifícios ligados à estação de caminhos-de-ferro, aquilo que era para ser inicialmente uma Casa da Cultura é agora substituído por um projecto mais amplo e com novos espaços de bem-estar para o visitante. Assim, o imóvel irá albergar um auditório para pequenos eventos e um outro auditório com dois pisos, um centro de apoio ao visitante, centro de artes e ofícios que conterá um espaço destinado aos ateliers e formação, um espaço dramático-visual e outro para exposições, o museu de arqueologia industrial, um restaurante temático centrado no ciclo do pão, uma cafetaria, e uma grande praça pedonal. O arquitecto do Gabinete Ideias do Futuro, de Lisboa, prevê ainda a criação de passagens superiores entre o edifício principal – que manterá a fachada – e os anexos, que serão reconstruídos, havendo assim uma requalificação significativa de toda a zona envolvente. A enorme chaminé industrial também irá ser preservada, mantendo-se assim um «diálogo entre o velho e o novo, que é muito interessante hoje em dia», explica Miguel Correia, ainda para mais quando se pretende que este espaço seja «a sala de visitas» do Fundão, com uma área edificada de quatro mil metros quadrados e dois de espaço público.

Considerada como uma obra de «grande referência» para as gerações vindouras, a Câmara do Fundão vai lançar «imediatamente» o concurso público para a recuperação do edifício, mas dividido em duas fases «face ao montante que está em jogo», que ronda os cinco milhões de euros, explica o vice-presidente da autarquia, Carlos São Martinho. «Um esforço significativo para o investimento camarário», garante, uma vez que a verba a despender na recuperação do imóvel supera no dobro os 2,5 milhões de euros previstos antes das alterações ao projecto. Seja como for, a Câmara do Fundão já está em negociações com o Ministério da Cultura, a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro e outras entidades para poder suportar a primeira fase do concurso, que está destinado ao edifício central. O edifício da antiga Casa da Moagem foi comprado no ano passado pelo município fundanense por 800 mil euros, ou seja, o mesmo preço pelo qual tinha sido vendido em 1991 em “hasta pública” a um privado.

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