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Centenária Feira de São João atraiu milhares de pessoas

Se não houvesse feira no dia de São João a Guarda não seria a mesma. Desde a envolvente do Jardim José de Lemos à Rua Soeiro Viegas, passando pela Vasco Borges e pela Batalha Reis, os pregões dos feirantes deram vida à zona central da cidade mais alta e atraíram alguns milhares de pessoas que foram à procura de artigos a preços em conta.

Ao percorrer a feira veem-se cartazes com promoções que não escapam nem aos mais desatentos. Desde peças de vestuário a calçado ou bijuteria, a oferta é extensa e com preços para todas as carteiras, a tal ponto que nem quem chega com a intenção de não comprar nada sai de mãos a abanar.

«Dizem que os olhos também comem. As pessoas vêm dar uma volta e acabam por comprar», garante José Saraiva, que veio de Gouveia para participar na feira com uma banca «mais artesanal», com camisaria e chapéus. Ainda assim, há quem se queixe que este ano o negócio esteve fraco. É o caso de Magda Costa, uma veterana nestas andanças, que veio da Covilhã e montou a tenda na Rua Soeiro Viegas com roupa de senhora. «As vendas estão um pouco mais baixas. Acho que também é devido ao calor», justifica a feirante. A mesma opinião partilha José Coelho: «Muita gente apareceu, mas nem todos compram», adianta, admitindo que a enchente de pessoas não se refletiu assim tanto nas vendas. «Sente-se um bocadinho, mas não é nada demais», queixou-se o feirante de vestuário que costuma participar na secular feira guardense.

Mas nem só de bancas com roupa e calçado se faz a feira. Espalhados pelas ruas estavam carrinhos dos Gelados Ski que abriram o apetite de miúdos e graúdos, com gelados simples (baunilha) ou duplos (morango e baunilha). Em menos de três horas, Lídia Silvestre, que participou pela primeira vez na feira, vendeu tudo o que tinha: cerca de 300 gelados. «Estes gelados não se encontram em qualquer lado. Praticamente é só nas feiras ou nalguns cafés, em cuvetes», disse a vendedora, que achou a Feira de São João «espetacular». As ruas encheram-se de pessoas e em certas artérias mal se conseguia circular. Entre as milhares de pessoas que, no domingo, aproveitaram a manhã solarenga para dar um saltinho à feira estava Jamila Tavares, que veio de São Tomé e Príncipe para estudar no Instituto Politécnico da Guarda (IPG): «A feira está muito movimentada. Estamos a procurar umas coisas para comprar e estou a gostar», disse a estudante, acompanhada por alguns amigos.

De Salamanca vieram Dolores Martin e Juan Carlos para visitar o castelo e a Sé Catedral, mas acabaram por ser “absorvidos” pela multidão. «A feira é muito grande, tem muitas coisas. Muitas bancas, muita roupa, muitos sapatos», disse, entusiasmada, Dolores Martin. Mas se há pessoas que vivem pela primeira vez o espírito da Feira de São João, há outras que já não o perdem por nada. Fernanda Ferreira, da Guarda, costuma vir todos os anos e garante que se “guardou” para esta feira: «Acho que aqui há mais escolha do que nas lojas e os preços rondam os mesmos valores, mesmo com os saldos», sublinha a guardense. Também Conceição Gonçalves destaca a importância desta feira centenária para a Guarda: «Traz mais pessoas à cidade, que ganha mais movimento. Encontram-se sempre coisas mais em conta porque há muitos feirantes, muita variedade», declara a compradora. Ainda assim, há quem ache que os feirantes já foram mais “mãos largas” do que são. «Nos dias de hoje acho que não compensa assim tanto vir há feira. Há certas barraquinhas que já abusam um bocadinho nos preços», lamenta Elodie Chibante, da Guarda.

Primeiro mercado de domingo no centro da Guarda será a 4 de novembro

Depois de queixas contínuas dos feirantes pela falta de condições no recinto da feira, a autarquia guardense decidiu que o primeiro mercado quinzenal de cada mês vai passar da quarta-feira para o domingo seguinte no centro da cidade.

A mudança começa a 4 de novembro, com a feira de São Francisco. «É preciso pensar que a feira quinzenal que se vai realizar aqui na cidade não é exatamente no local onde se realiza esta [São João]», disse o presidente da Câmara. Segundo Álvaro Amaro, «o que está a ser estudado é ladear toda a Câmara, toda esta avenida e, porventura, o largo dos Correios. Isto não é uma matéria fácil, não é dizer: “decidimos que a feira quinzenal da primeira quarta-feira termina e passa para domingo”. Não, isto obriga a uma logística e a um empenho muito grande», acrescentou o autarca, para quem esta alteração é uma tentativa de «ter animação na cidade através deste tipo de economia muito enraizado no povo português».

Sara Guterres Autarquia decidiu que primeiro mercado de domingo no centro da Guarda será a 4 de novembro

Comentários dos nossos leitores
Maria de Jesus Mju75@Hotmail.com
Comentário:
A feira é sao francisco realizou se sempre no dia 4 de outubro desde q ne lembro de ser gente! E nao 4 dw nobembro2..algo ta mal
 

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