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«Celorico da Beira não é nenhum bastião socialista»

PSD apresentou, no domingo, os cabeças de lista à Câmara e à Assembleia Municipal

Agostinho Lucas da Silva é o candidato do PSD à Assembleia Municipal de Celorico da Beira. O advogado, que concorre como independente, foi apresentado no último domingo durante um comício que juntou Vítor Martins Santos, o candidato à Câmara; Álvaro Amaro, presidente da Distrital; e Júlia Paula, presidente da Câmara de Caminha.

Na primeira apresentação pública de candidatos social-democratas às próximas autárquicas no distrito, Fernando Figueiredo, líder da concelhia social-democrata, deu o mote, anunciando «o início da caminhada rumo à vitória», e Álvaro Amaro animou as hostes dizendo que Celorico «não é nenhum bastião socialista». A prová-lo, na sua opinião, estão os resultados de muitas eleições nacionais, mas também o passado. «Este concelho teve um grande presidente de Câmara, Carlos Faria de Almeida», recordou, sublinhando que há por ali «muita gente que ama o PSD, mas ora vota aqui ora vota acolá». O presidente da distrital entendeu lembrar, então, que nas autárquicas «pouco importa a bandeira política» e acrescentou que há oito anos, em Gouveia, «houve comunistas que votaram em mim, porque acreditavam no meu projecto».

Pelo que os militantes presentes na sala do Hotel Quinta dos Cedros foram encarregados de passar a mensagem da «competência, idoneidade e desprendimento» dos dois independentes apresentados nas listas do PSD. «Não devemos cair na tentação das promessas, do desancar e da crítica pela crítica. Mas também nunca aceitem a vitimização e culpabilização que está no ADN dos socialistas, que em Celorico se desculpam com a situação que herdaram de executivos anteriores», apelou Álvaro Amaro. Por sua vez, Júlia Paula, que também venceu as autárquicas de 2001 no bastião socialista de Caminha, pediu aos celoricenses para pensarem «pelas suas cabeças e não alinharem em carneirismos, pois o voto é secreto». E a sua receita para o PSD ganhar está em conseguir que os eleitores acreditem em «alternativas».

Já Vítor Martins Santos lamentou que a política continue a «dividir a sociedade celoricense», marcada cada vez mais pela «politização de pessoas e instituições». Sem nunca referir os actuais responsáveis autárquicos, o candidato à presidência da Câmara lamentou ainda que o município esteja a tomar «um rumo sem destino e objectivos» e disse acreditar na «memória e discernimento» dos celoricenses. Quem também acredita que é possível «fazer melhor» é Agostinho Lucas da Silva, para quem esta candidatura é «um imperativo de consciência e uma obrigação moral». O advogado, radicado em Coimbra, considera que Celorico tem sido «muito mal tratado e negligenciado» nestes últimos anos, sublinhando que a centralidade do concelho não tem sido aproveitada.

Nesse sentido, o candidato à Assembleia Municipal enunciou algumas propostas, como a elaboração de um diagnóstico concelhio «para dar resposta às necessidades dos munícipes» e de um plano de desenvolvimento estratégico que assuma «a ruralidade e especificidade do município».

Luis Martins

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