A Assembleia Municipal (AM) de Celorico da Beira aprovou por unanimidade, na passada quarta-feira, uma moção contra a pretensão do Governo em fechar todos os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos Centros de Saúde com menos de 10 urgências por noite e que se encontrem a uma distância inferior a uma hora de caminho de qualquer hospital central ou distrital.
Os deputados celoricenses consideram que esta medida «peca por excesso de zelo e de economia». No documento apresentado por Albino Bárbara, a que “O Interior” teve acesso, pode ler-se que a «pretensa decisão política revela aspectos mercantilistas esquecendo-se do princípio constitucional definido pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS)». Considerando Celorico como «o centro» do distrito, os deputados acreditam que o IP5, «com a sinistralidade que infelizmente lhe está associada», converge em «inúmeras vias secundárias numa população que continua a ter direito aos cuidados de saúde primários». E seguem-se os números. Segundo a moção, o SAP de Celorico terá assistido nos primeiros 10 meses de 2005, no período das 24 horas, «12.222 consultas», o que perfaz uma taxa de ocupação de mais de 40 utentes por dia. Já no período da noite foram registadas «566 urgências, atendendo uma média de quase dois utentes por noite».
Embora seja «pouco», é feita uma comparação com o concelho de Fornos de Algodres, onde terão sido atendidos, no período do dia, uma média de «26 utentes e um utente e qualquer coisa por noite». Assim, a moção defende ser «essencial que se diga que há SAP’s que, independentemente do rácio definido pelo Governo, não poderão nunca fechar, obrigando a futura lei a contemplar excepções». Nesse sentido, exige-se que «os aspectos contemplados na proposta não são, nem podem ser, factores determinantes para encerrar o SAP mais central do distrito», que é, além do mais, uma medida «inoportuna» para o concelho.
